sábado, 9 de novembro de 2013

Conforto dos Aflitos

O jornalismo é, na essência, permanecer continuamente indignado com a dor do outro. A saber que é nossa obrigação denunciar todo e qualquer impropério observado em curso cotidiano. Em simples palavras, ser jornalista é confortar os aflitos. Nos meses de outubro e novembro, venho passando por experiências riquíssimas no campo da apuração de fatos ligados à rotina social. Num plantão de redação no fim de semana, acabei sendo mandado a uma delegacia para colher informações de um suposto crime passional, que terminou com uma ameaça de morte por um estudante de Direito a sua ex-mulher e mãe dela. Após a tentativa frustrada, o rapaz degolou o cão de estimação da família com uma faca. Para dirimir o caso, é imprescindível ouvir todas as partes possíveis. Só foi possível ouvir a parte da polícia. Na primeira semana de novembro, tive outra experiência enriquecedora: acompanhei uma jornalista na entrevista com o dono de uma das mais bem sucedidas empresas de marketing multinível do país. Esta que segue o rumo da TELEXFREE. Acossados, não podemos deixar de açoitar aquilo que profundamente nos incomoda. Desde os obstáculos suburbanos até as grandes desídias regionais, é preciso que se desprenda de valores intimamente ligados ao comodismo desenfreado da sociedade contemporânea. Até quando vamos permitir que a ingnorância alheia e o desdém da administração pública (com letra minúscula mesmo) se sobreponham ao direito imperativo de ir e vir de qualquer cidadão?

sábado, 26 de outubro de 2013

Feixes de amplidão

Cidade nova Força à prova Vida arredia Mesmice e agonia Pacato cidadão Do vasto mundo agora Tanta toda flora Que esvai em feixes de amplidão De Vitória a Serra Farta dor não erra Espaços de distanciamento e sagacidade Fatídicas impressões de uma preciosa causalidade Doses de um doce litoral Natureza capricha e há pouco igual Pode procurar pelo mundo inteiro Mas sei mesmo que Deus é Brasileiro

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Meia Noite

Varre o céu de alegria Para aquele que almeja o dia Tuas mechas de querubim Resumem altivez enfim Sorri o horizonte aos olhos dispostos Abrigados em coração calejado Prenúncio de um amor exaltado Delícias num rol de pressupostos Clama adeus ao Espírito Santo Momento em que já não esperava tanto Apenas a mão que assume a vez do amanhã Verso livre de puro afã Confessa a galhardia de um rol sem porém Fidedigna astúcia de paz querelante Dócil magia desta agenda brilhante Sensações sem o menor aquém O amor não requer imediata recíproca Prescinde de entusiasmo Para fugir do marasmo Arrebatador refúgio de descontente época

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Campo de Centeio


Meu amor é desmedido

Para coração estendido

Meu amor é visceral

De contenção especial

Meu amor é explícito

De acordo tácito

Meu amor é vigoroso

Sem tom ardiloso

Meu amor é um primor

Não escolhe dom nem cor

Meu amor não tem rédea

Enxerga riso e comédia

Meu amor pede, às vezes, cais.

Pois proteção nunca é demais

Meu amor requer cuidado

Não confunda com coitado

Meu amor é verão

Estonteante de tanta razão

Meu amor é toda loucura

Ao encontro da tua candura

Meu amor é rendição

Descontrole e inação

Meu amor é teia e mina

Voz cativa, obra-prima.

domingo, 20 de outubro de 2013

Poeta do cotidiano


Mausoléu

Quis-te! Pressa minha

Para onde vais assim

Tão farto de guerra

Beirando os mares de mim?

Nas pedras há mancha

De cor em tom marfim

E os lençóis sem marcha

Trazendo saudades sem fim.

Minha amada querida

Venho de descontentamento

Sempre ao firmamento

Quando extorquia meu coração à jazida

 Perdi, amadureci

Volver a ti

Faz minha voz despertar

A um novo jardim despontar.

A criação na poesia

Rio de Janeiro , 1935

(Ideal)
(fragmento)


O poeta parte no eterno renovamento. Mas seu destino é fugir sempre ao ho- mem que ele traz em si.


O poeta:
Eu sonho a poesia dos gestos fisionômicos de um anjo!
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E um só clamor saía de todos os peitos e vibrava em todos lábios — Ariana!
E uma só música se estendia sobre as terras e sobre os rios — Ariana!
E um só entendimento iluminava o pensamento dos poetas — Ariana!

Assim, coberto de bênçãos, cheguei a uma floresta e me sentei às suas bordas — os regatos cantavam límpidos
Tive o desejo súbito da sombra, da humildade dos galhos e do repouso das folhas secas
E me aprofundei na espessura funda cheia de ruídos e onde o mistério passava sonhando
E foi como se eu tivesse procurado e sido atendido — vi orquídeas que eram camas doces para a fadiga
Vi rosas selvagens cheias de orvalho, de perfume eterno e boas para matar a sede
E vi palmas gigantescas que eram leques para afastar o calor da carne.

Descansei — por um momento senti vertiginosamente o húmus fecundo da terra
A pureza e a ternura da vida nos lírios altivos como falos
A liberdade das lianas prisioneiras, a serenidade das quedas se despenhando.
E mais do que nunca o nome da Amada me veio e eu murmurei o apelo — Eu te amo, Ariana!
E o sono da Amada me desceu aos olhos e eles cerraram a visão de Ariana
E meu coração pôs-se a bater pausadamente doze vezes o sinal cabalístico de Ariana...
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Depois um gigantesco relógio se precisou na fixidez do sonho, tomou forma e se situou na minha frente, parado sobre a Meia-Noite
Vi que estava só e que era eu mesmo e reconheci velhos objetos amigos.
Mas passando sobre o rosto a mão gelada senti que chorava as puríssimas lágrimas de Ariana
E que o meu espírito e o meu coração eram para sempre da branca e sereníssima Ariana
No silêncio profundo daquela casa cheia da Montanha em torno.

(Vinícius de Moraes)

A brusca poesia da mulher amada

Rio de Janeiro, 1938

Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor — oh, a mulher amada é como a fonte!

A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?

Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados...

Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.
              

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Tótens do Amor

Amar é desaguar
No âmago de outrem
É somente nada precisar
Numa compilação de todo bem.

Amar é recair a fundo
Por perder o chão.
E reconhecer o mundo
Com uma nova visão.

Amar é perder
Sem desesperar.
Para que possamos nos entender

E contigo sempre dever contar.

Pingos de Som

Quando ouvi esta chuva
Com os mais afáveis sentidos meus
Imaginar outra coisa não quis
Vê-la tão graciosa quanto impulsiva
Corrente com as bênçãos de Deus
Sonsas gotas prósperas como o sublime frame de um chafariz.

Breves Rosas

Tragam-me novas horas
Bem esperançosas em quotas singelas
Devaneios sentinelas
Latejantes trovas sem eiras

Ponham-me na rota celeste
Mais belas que as doces bossas
Líricas obras como as declarações de amor nossas
Acolham-me com pétalas em número setembro

Ora, se as rosas não falam
De melhor os perfumes exalam
Em profusão na incontinência dos sentidos
Sabendo dos inúmeros exílios nelas contidos

Cortejam-me de delícias ao redor do jardim
Porque a vida me queira calejado assim
Em vésperas de improváveis tristezas
Na prontidão de tantas inoportunas certezas.



*FILIPE DA SILVA BARBOSA...04/09/2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

Só corro!

Corro, corro

Canso de novo.

Morro.

Incorro.

Escorro...

Recorro.

Esporro!

Estouro; discorro.

Transcorro.

Percorro.

Concorro!

Corro, corro, corro...

Socorro!

Dissonâncias...

Só corro!

Diga, pois

Onde mora a felicidade?

domingo, 7 de julho de 2013

A um amigo

E então tu me dizes que o cansaço chega e tuas mãos não abarcam teus sonhos...
Logo agora quando chegaras a um estágio superiormente interessante de tua alma
e teus olhos precisam estar fechados para que consigas compreender.
Logo agora quando teu coração se aquieta em uma nova casa
e teu cotidiano se preenche de afeto, no exercício diário de ser dois.
Bem sei que o corpo cansa e tem limites
e que a vida é dura e as horas passam lentamente, cruelmente.
mas ainda podemos sonhar.
Percebe que na janela a paisagem muda a cada dia e é sempre a mesma, enquanto nós
permanecemos sendo outros, continuamente.
Não nos cansamos de significar todo gesto e toda imagem
e de preencher de metáforas nossa existência diária.
Esse talvez seja o grande peso que sentes em tuas costas.
A cada dia sentir o mundo em toda sua complexa inexatidão é tarefa difícil.
Ainda mais para nós
que tentamos olhar sempre em todos os ângulos e sermos sempre outros
para melhor sermos e estarmos aqui.
Mas onde o peso está também reside a responsabilidade da poesia
e a obrigação de expressá-la pelo arranjo desordenado das palavras, que são muitas.
E somos apenas humanos.
Mas ainda assim é preciso dizê-las,sempre.
Renova tuas forças em tua própria poesia,
deixa que teus olhos corram por sobre o mundo
e descobre outras cores nas horas do teu dia.
Esquece o relógio que só sabe dizer segundos,
esquece o corpo que tem apenas células encarregadas da penosa tarefa de estarem ali
e lembra que as palavras podem ser mais belas que o incessante toque do despertador.
No final,estamos todos condenados aos breves minutos de nossa existência,
limitados por essa ou aquela pedra postada no caminho
ou presos por nossa absurda e justificada covardia ante a imensidão do mundo.
Mas no intervalo do medo reside o silêncio dentro de nós
e é ali, na curva de nossos nãos onde estão as cores com que devemos colorir nossos dias.
Segue escrevendo,rega os segundos de tua infinita poesia e deixa que o tempo se encarregue de passar.
No final ,tu irás perceber, ao olhar pra trás, que fizestes,nesse breve intervalo onde
existimos,tuas horas mais belas e teus dias mais coloridos.
Tudo o mais,desmesuradamente supérfluo.

Todo Sentimento (Ana Carolina)

"Todo sentimento

Precisa de um passado pra existir

O amor não

Ele cria como por um encanto

Um passado que nos cerca,

Ele nos dá a consciência de havermos vivido anos a fio

Com alguém que a pouco era quase um estranho,

Ele supre a falta de lembranças por uma espécie de mágica..."

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Amor ao dia

Amar não é estético

Deslize hipotético

Alarde ético

Acorde sintético

Solo poético


De um coração hermético. 

sábado, 1 de junho de 2013

Morte e vida peregrina

O homem é apenas parte infinitesimal do Universo. Um fragmento metafísico na longitude incomensurável. Todas as referências quânticas são partes daquele “da Silva” que mora SOMENTE no coração do autor.


Na fortaleza cotidiana, os bravos lutadores esguicham suor a troco de esmola pouca. E o filé cai na conta do patrão. Força de interesses escusos e circunstâncias perversas. Trovas em treva.


“Mais pesados que o ar” voam os concordes apressados à procura do PÃO NOSSO DE CADA DIA. Ao mesmo tempo, sobre o asfalto quente “desfilam” os operários do circo mágico de TODOS OS SANTOS. E agora, José? A quantas anda a saúde na TERRA BRASILIS? Até quando você vai ficar fazendo MÉDIA?


Dispensa comentários o retrato brasileiro de descaso com os filhos do patrão. O cenário de hipocrisia e discórdia assombra pelo número de ferramentas utilizáveis na cadeia social. A comunidade precisa de mobilização popular para reivindicação dos direitos em face do cumprimento legal dos deveres.



“Déspotas esclarecidos” regulam a massa de manobra sujeita de maneira indiscriminada à manipulação de consciência crítica. Enquanto houver distribuição de bolsas e cestas básicas, certamente seremos um BRASIL DE TOLOS que subverte à lógica contumaz da sobrevivência ao alimentar a administração do subsídio mais nutritivo: o VOTO.


*Texto escrito em 30 de março de 2013

terça-feira, 9 de abril de 2013

Outras mentes



Descortina o futuro a ciência

Que a reboque privou a capacidade de frutificar o amanhecer

Vela em sãs congruências a sapiência

Crucial projeção da realidade à custa do perceber

Redenção frívola sob os auspícios da legitimidade

Juntos andam a passividade e a inação

Lente de aumento contínua ao trato da equidade

Silvos revoltos lançam voz na imensidão

Incansáveis lacunas destratadas pelo distanciamento reticular

Lucro presumido na recorrência auricular

Fórmulas de intromissão utilitária

Ricas preces ao tecer do alvorecer

Recôndito incansável da passividade diária

Pródiga presunção do cinismo de querer

Catarse infinda de ornamentos

Atrevimento cônscio num tempo arcaico

Convivência abrupta de lúcidos momentos

Aridez convincente de um estado laico

Abismo contunde o fôlego

A obra não deixa de ser escolha como entrega

Hóspede do deslize trôpego

No íntimo, a alma congrega

Eleva o movimento ao estado etéreo e solene

Ainda que as estradas sejam de cunho perene

Interseção audaz de versos serenos

Livres de julgamentos plenos

Tórrida leveza em movimento

Palco isento de cenário em tormento

Solidez na mediação introspectiva da sonoridade

Na despretensiosa transgressão na flor da idade

Sem controle, a matéria nunca será força motriz do conhecimento

Fixo torno no trajeto do pensamento

O vento virá a lançar palavras com fragmentos

Para condensá-las numa trova narrativa

Suor e cansaço correspondem a puros contentamentos

Cumprida à risca a incontrolável dinâmica da livre iniciativa






Tempo prodígio


Mãos dadas e horizonte ao fundo

Milhares de vozes e tons em profusão

Nada nos atinge e lá fora corre o mundo

Vida arredia que não passa de ilusão

Promessa sincrônica da quista eternidade

O tempo tangencia a tônica da longevidade

Reticências coloridas encantam este novo cenário

Invadido pela lucidez intrépida do imaginário

Inúmeros caminhos possíveis

Rédea exponencial de cernes cognoscíveis

Escoa à ciência a arte

Restante a evidência da dor de parte a parte

Coroação inimputável do desejo de bem

Pedinte de transigentes e consoantes sentidos

Aos quais se renovam os incontidos votos de amém

Sem os tais poréns, hoje supridos

Nuances diletas e coloridas

Ao lado de ciências rígidas e crônicas

Redemoinho de emoções não decididas

Previdente e servil recrutamento de ações contínuas e anacrônicas

Legado retrógrado do vil núcleo social

Em cujas amarras há (pouca) louca moral

Contraste da intensa busca pela essência em si

Franqueza em questão que nunca jaz aqui

Chamado providencial da eloqüência

Afã excludente na chegada palpável do cotidiano

Fino trato imprevisível a qualquer sequência

Aprazível dom aprimorado num prévio plano

Rege o curso o fôlego que dispensa outro sufoco

Engrosso o caldo com sentimentos reais

Ressoada inquestionável deste troco pouco

Privilégio inenarrável lembrado por falsetes ideais

Felicidade silenciosa aos olhos de Ossanha

Precisa tez protegida dos que clamam manha

Afere a pressão que foge e pulsa

Disponha a disposição de repulsa

Conta súbita da renovação à luz

Desmedido silêncio compositor da alegria

Pleno coração querelante seduz

Relicário denso da incrédula alegria

Desordem, elo, infinito

Vácuo inócuo onde soava reluzente

Melodia num lócus bonito

Aquilo que, rechaçado, permanece ausente

A realidade é porta fechada e tudo lá fora

Mesmo sem saber quem ainda não foi embora

Sofrer, abdicar e esquecer

Viver, amar e reviver



domingo, 7 de abril de 2013

Antevisão Social


“Jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter.” (Cláudio Abramo)

 

Sete de abril é a data representativa para homenagear a profissão de jornalista. Logo seis dias após o dia da mentira? A obsessão do noticiarista beira as raias do verossímil. E este precisa sempre lidar com a desconfiança. A dúvida é amiga inseparável do discernimento, que anda de mãos dadas com a formação do pensamento crítico.

Missão irrevogável de peregrinos da informação. Amantes da notícia e inconfidentes utópicos. Súdita voz do inconformismo. Prece atônita do dono de um dócil apuro em evidências. O jornalismo estimula o olhar sensorial – percepção incomensurável sobre os desígnios coletivos diários – e evoca sintonia crítica ante os prodigiosos manifestos de poder de grandes conglomerados e instituições.

A atividade jornalística é aquela quase dependência da voz de um guru que vai te confessar experiências fabulosas acerca de um passado obscuro ou fascinante. Ainda que isso não passe de um mero e obsoleto acaso. O tempo é o vilão e arquivo seletivo de fatos ao longo de um ciclo.

O bom newspaperman é aquele que ouve diversas partes e refuga de todas. Cismas de editor parecem feridas que deixam de cicatrizar. Coletivos indissolúveis de conhecimento angariado através da retribuição e compensação entrópica entre as partes. Relíquia cínica do saber. Vício da linguagem introduzida à enunciação do discurso em sistema operacional de mídia.

O cotidiano é parte integrante de suas pautas e, por mais inesperadas, as tragédias também se tornam corriqueiras.  Retratos de uma realidade, de uma época. Sejam notícias boas ou ruins, mais do que fatos, se refinam repertório de um imaginário coletivo e formador de opinião pública. O desempenho ganha continuísmo quando se torna responsável pela perpetuação dos acontecimentos na história.

sábado, 6 de abril de 2013

Reflexo Interior

Hoje minha alma canta feliz. A cisma do âmago desencanou e desdenhou da farsa alheia sem pesar. Filhos da sorte contam com porto seguro à flor da pele. Voz atirada de corpo ao léu. Adjacente ao fel. E que o torpe e incandescente seio do aconselhamento ganhe firmes vezes na paz que acolhe a dor sem cessar. 


Fino trato à minh’alma. Muito me orgulha essa aura que oscila nos ares refinados em destronados véus. É como ver os sonhos flutuando no prisma encantado da felicidade. Longe da convicção do porto seguro de ti. A saudade quer te ver. Sem perdão. Sem razão. Fingir não importa. Renega as verdades. A acuidade cordiana prima pela força desproporcional do sorriso atordoante. 


A prova da alienação emocional surge da fragilidade incomensurável dos indivíduos de não identificar o que os une. Violação do próprio direito de amar? Melhor seria reparar no “dentro” a inquietante distância entre o querer e o poder. Vislumbrar mudança não garante significativas melhorias. Revela-se notável o resguardo do lúcido pensamento acerca do confronto indissolúvel da vontade com a restrição. 


Vícios e virtudes. Frívolos e sépticos descontroles sobre o virtual do interior. É quando a magia do imaginário encandeia pretensões desmedidas, jazidas as chances recolhidas de ontem. Rechaça a pressa de sentir. E consola o imprevisível balanço no peito, o vacilo da homenagem na lembrança. 


Fuligens e vertigens. Do intrépido ao insólito. Dispensa comentário o irrepreensível senso de toar em claves o tênue sopro em arte. Vide em coro a delícia de estar no meio de convivas estimados. Preciso acorde da sina aquiescente de norte. Queda-se dos mais ínfimos subterfúgios e busca refúgio na palma da muda do amor. Tráfico de solidariedade: disso que o mundo precisa. Sorteia tua prece ao pródigo conselho dos céus. Dos seus. Dos ateus. Mas deve-se estar propenso aos desígnios de Deus. 


Dita o ritmo do coração. Fenda que guardou a flor só para lhe mostrar. Música e dom. Espera e som. Espelho e tom. Cerdas preservadas da torpe e vã idéia de esquecimento. Do mesmo que traz a saudade ao último grau, como o prólogo da obra sem forma. Apenas a prova de fogo. Que baliza o curso artificial do novato no tempo. Sem tormento. Advento. Flerte em voga. Chama crivada do sentido, livre de juízo e de apelo, válido em território nunca antes explorado. Fascínio o espelho.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Maravilha Repentina

Há vezes em que se sonha com brevidades tão antigas que parece que o tempo não contou e a realidade é apenas um intervalo entre duas formas eternas de representação. Como se todos os valores obtidos por meio das experiências de anos convergissem para a glória do ensejo de infinito. 


O ser humano deveria pensar seriamente na predisposição alheia da delícia de acordar perto do sorriso mais brilhante. No lance de sempre se colocar na posição do "encantamento ludibriado". De viver longe de um voto de confiança ou aquele período para se considerar melhor o tributo à felicidade. Um tanto de utopia não faz mal a ninguém. 


Vive-se numa fase em que respirar fundo nem pensar. Logo isso que é pré-requisito para conciliar um sentimento verdadeiro. É a válvula de escape inequívoca dos sentidos. Tamanha eloquência só pode ser substrato da projeção da sua própria essência em outrem. 


Fico imaginando a não-graça que deve ser a vida dessa gente que não acredita, que não abre o coração pra ninguém. Essa geração deve ter raspado o peito no limo. Só pode. E ainda tiram sarro, ao pensar que se entregando a tudo e a todos serão 'donos do mundo'. O poder é uno. Na coesão, em ação. 


Gosto de te ver sorrir e de te ver feliz por estar ao meu lado. Gosto de quando você mostra afeto e se multiplica em abraços. Adoro perceber teu zelo e preocupação. É incrível perceber teu amor através de simples beijos, sorrisos, gestos e olhares. A cada vez que você demonstra todo essa falta de orgulho, mais me asseguro do meu lugar no teu coração, na tua vida, ao teu lado.