(Ideal)
(fragmento)
O poeta parte no eterno renovamento. Mas seu destino é fugir sempre ao ho- mem que ele traz em si.
O poeta:
Eu sonho a poesia dos gestos fisionômicos de um anjo!
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E um só clamor saía de todos os peitos e vibrava em todos lábios — Ariana!
E uma só música se estendia sobre as terras e sobre os rios — Ariana!
E um só entendimento iluminava o pensamento dos poetas — Ariana!
Assim, coberto de bênçãos, cheguei a uma floresta e me sentei às suas bordas — os regatos cantavam límpidos
Tive o desejo súbito da sombra, da humildade dos galhos e do repouso das folhas secas
E me aprofundei na espessura funda cheia de ruídos e onde o mistério passava sonhando
E foi como se eu tivesse procurado e sido atendido — vi orquídeas que eram camas doces para a fadiga
Vi rosas selvagens cheias de orvalho, de perfume eterno e boas para matar a sede
E vi palmas gigantescas que eram leques para afastar o calor da carne.
Descansei — por um momento senti vertiginosamente o húmus fecundo da terra
A pureza e a ternura da vida nos lírios altivos como falos
A liberdade das lianas prisioneiras, a serenidade das quedas se despenhando.
E mais do que nunca o nome da Amada me veio e eu murmurei o apelo — Eu te amo, Ariana!
E o sono da Amada me desceu aos olhos e eles cerraram a visão de Ariana
E meu coração pôs-se a bater pausadamente doze vezes o sinal cabalístico de Ariana...
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Depois um gigantesco relógio se precisou na fixidez do sonho, tomou forma e se situou na minha frente, parado sobre a Meia-Noite
Vi que estava só e que era eu mesmo e reconheci velhos objetos amigos.
Mas passando sobre o rosto a mão gelada senti que chorava as puríssimas lágrimas de Ariana
E que o meu espírito e o meu coração eram para sempre da branca e sereníssima Ariana
No silêncio profundo daquela casa cheia da Montanha em torno.
sábado, 9 de novembro de 2013
Conforto dos Aflitos
O jornalismo é, na essência, permanecer continuamente indignado com a dor do outro. A saber que é nossa obrigação denunciar todo e qualquer impropério observado em curso cotidiano. Em simples palavras, ser jornalista é confortar os aflitos.
Nos meses de outubro e novembro, venho passando por experiências riquíssimas no campo da apuração de fatos ligados à rotina social. Num plantão de redação no fim de semana, acabei sendo mandado a uma delegacia para colher informações de um suposto crime passional, que terminou com uma ameaça de morte por um estudante de Direito a sua ex-mulher e mãe dela. Após a tentativa frustrada, o rapaz degolou o cão de estimação da família com uma faca. Para dirimir o caso, é imprescindível ouvir todas as partes possíveis. Só foi possível ouvir a parte da polícia.
Na primeira semana de novembro, tive outra experiência enriquecedora: acompanhei uma jornalista na entrevista com o dono de uma das mais bem sucedidas empresas de marketing multinível do país. Esta que segue o rumo da TELEXFREE. Acossados, não podemos deixar de açoitar aquilo que profundamente nos incomoda.
Desde os obstáculos suburbanos até as grandes desídias regionais, é preciso que se desprenda de valores intimamente ligados ao comodismo desenfreado da sociedade contemporânea. Até quando vamos permitir que a ingnorância alheia e o desdém da administração pública (com letra minúscula mesmo) se sobreponham ao direito imperativo de ir e vir de qualquer cidadão?
sábado, 26 de outubro de 2013
Feixes de amplidão
Cidade nova
Força à prova
Vida arredia
Mesmice e agonia
Pacato cidadão
Do vasto mundo agora
Tanta toda flora
Que esvai em feixes de amplidão
De Vitória a Serra
Farta dor não erra
Espaços de distanciamento e sagacidade
Fatídicas impressões de uma preciosa causalidade
Doses de um doce litoral
Natureza capricha e há pouco igual
Pode procurar pelo mundo inteiro
Mas sei mesmo que Deus é Brasileiro
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Meia Noite
Varre o céu de alegria
Para aquele que almeja o dia
Tuas mechas de querubim
Resumem altivez enfim
Sorri o horizonte aos olhos dispostos
Abrigados em coração calejado
Prenúncio de um amor exaltado
Delícias num rol de pressupostos
Clama adeus ao Espírito Santo
Momento em que já não esperava tanto
Apenas a mão que assume a vez do amanhã
Verso livre de puro afã
Confessa a galhardia de um rol sem porém
Fidedigna astúcia de paz querelante
Dócil magia desta agenda brilhante
Sensações sem o menor aquém
O amor não requer imediata recíproca
Prescinde de entusiasmo
Para fugir do marasmo
Arrebatador refúgio de descontente época
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Campo de Centeio
Meu amor é desmedido
Para coração estendido
Meu amor é visceral
De contenção especial
Meu amor é explícito
De acordo tácito
Meu amor é vigoroso
Sem tom ardiloso
Meu amor é um primor
Não escolhe dom nem cor
Meu amor não tem rédea
Enxerga riso e comédia
Meu amor pede, às vezes, cais.
Pois proteção nunca é demais
Meu amor requer cuidado
Não confunda com coitado
Meu amor é verão
Estonteante de tanta razão
Meu amor é toda loucura
Ao encontro da tua candura
Meu amor é rendição
Descontrole e inação
Meu amor é teia e mina
Voz cativa, obra-prima.
domingo, 20 de outubro de 2013
Poeta do cotidiano
Mausoléu
Quis-te! Pressa minha
Para onde vais assim
Tão farto de guerra
Beirando os mares de mim?
Nas pedras há mancha
De cor em tom marfim
E os lençóis sem marcha
Trazendo saudades sem fim.
Minha amada querida
Venho de descontentamento
Sempre ao firmamento
Quando extorquia meu coração à jazida
Perdi, amadureci
Volver a ti
Faz minha voz despertar
A um novo jardim despontar.
A brusca poesia da mulher amada
Rio de Janeiro, 1938
Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor — oh, a mulher amada é como a fonte!
A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?
Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados...
Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor — oh, a mulher amada é como a fonte!
A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?
Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados...
Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Tótens do Amor
Amar é desaguar
No âmago de outrem
É somente nada precisar
Numa compilação de todo bem.
Amar é recair a fundo
Por perder o chão.
E reconhecer o mundo
Com uma nova visão.
Amar é perder
Sem desesperar.
Para que possamos nos entender
E contigo sempre dever contar.
Pingos de Som
Quando ouvi esta chuva
Com os mais afáveis sentidos meus
Imaginar outra coisa não quis
Vê-la tão graciosa quanto impulsiva
Corrente com as bênçãos de Deus
Sonsas gotas prósperas como o sublime frame de um chafariz.
Com os mais afáveis sentidos meus
Imaginar outra coisa não quis
Vê-la tão graciosa quanto impulsiva
Corrente com as bênçãos de Deus
Sonsas gotas prósperas como o sublime frame de um chafariz.
Breves Rosas
Tragam-me novas horas
Bem esperançosas em quotas singelas
Devaneios sentinelas
Latejantes trovas sem eiras
Ponham-me na rota celeste
Mais belas que as doces bossas
Líricas obras como as declarações de amor nossas
Acolham-me com pétalas em número setembro
Ora, se as rosas não falam
De melhor os perfumes exalam
Em profusão na incontinência dos sentidos
Sabendo dos inúmeros exílios nelas contidos
Cortejam-me de delícias ao redor do jardim
Porque a vida me queira calejado assim
Em vésperas de improváveis tristezas
Na prontidão de tantas inoportunas certezas.
*FILIPE DA SILVA BARBOSA...04/09/2013
terça-feira, 9 de julho de 2013
Só corro!
Corro, corro
Canso de novo.
Morro.
Incorro.
Escorro...
Recorro.
Esporro!
Estouro; discorro.
Transcorro.
Percorro.
Concorro!
Corro, corro, corro...
Socorro!
Dissonâncias...
Só corro!
Diga, pois
Onde mora a felicidade?
Canso de novo.
Morro.
Incorro.
Escorro...
Recorro.
Esporro!
Estouro; discorro.
Transcorro.
Percorro.
Concorro!
Corro, corro, corro...
Socorro!
Dissonâncias...
Só corro!
Diga, pois
Onde mora a felicidade?
domingo, 7 de julho de 2013
A um amigo
Logo agora quando chegaras a um estágio superiormente interessante de tua alma
e teus olhos precisam estar fechados para que consigas compreender.
Logo agora quando teu coração se aquieta em uma nova casa
e teu cotidiano se preenche de afeto, no exercício diário de ser dois.
Bem sei que o corpo cansa e tem limites
e que a vida é dura e as horas passam lentamente, cruelmente.
mas ainda podemos sonhar.
Percebe que na janela a paisagem muda a cada dia e é sempre a mesma, enquanto nós
permanecemos sendo outros, continuamente.
Não nos cansamos de significar todo gesto e toda imagem
e de preencher de metáforas nossa existência diária.
Esse talvez seja o grande peso que sentes em tuas costas.
A cada dia sentir o mundo em toda sua complexa inexatidão é tarefa difícil.
Ainda mais para nós
que tentamos olhar sempre em todos os ângulos e sermos sempre outros
para melhor sermos e estarmos aqui.
Mas onde o peso está também reside a responsabilidade da poesia
e a obrigação de expressá-la pelo arranjo desordenado das palavras, que são muitas.
E somos apenas humanos.
Mas ainda assim é preciso dizê-las,sempre.
Renova tuas forças em tua própria poesia,
deixa que teus olhos corram por sobre o mundo
e descobre outras cores nas horas do teu dia.
Esquece o relógio que só sabe dizer segundos,
esquece o corpo que tem apenas células encarregadas da penosa tarefa de estarem ali
e lembra que as palavras podem ser mais belas que o incessante toque do despertador.
No final,estamos todos condenados aos breves minutos de nossa existência,
limitados por essa ou aquela pedra postada no caminho
ou presos por nossa absurda e justificada covardia ante a imensidão do mundo.
Mas no intervalo do medo reside o silêncio dentro de nós
e é ali, na curva de nossos nãos onde estão as cores com que devemos colorir nossos dias.
Segue escrevendo,rega os segundos de tua infinita poesia e deixa que o tempo se encarregue de passar.
No final ,tu irás perceber, ao olhar pra trás, que fizestes,nesse breve intervalo onde
existimos,tuas horas mais belas e teus dias mais coloridos.
Tudo o mais,desmesuradamente supérfluo.
Todo Sentimento (Ana Carolina)
"Todo sentimento
Precisa de um passado pra existir
O amor não
Ele cria como por um encanto
Um passado que nos cerca,
Ele nos dá a consciência de havermos vivido anos a fio
Com alguém que a pouco era quase um estranho,
Ele supre a falta de lembranças por uma espécie de mágica..."
Precisa de um passado pra existir
O amor não
Ele cria como por um encanto
Um passado que nos cerca,
Ele nos dá a consciência de havermos vivido anos a fio
Com alguém que a pouco era quase um estranho,
Ele supre a falta de lembranças por uma espécie de mágica..."
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Amor ao dia
Amar não é estético
Deslize hipotético
Alarde ético
Acorde sintético
Solo poético
De um coração hermético.
sábado, 1 de junho de 2013
Morte e vida peregrina
O homem é apenas parte
infinitesimal do Universo. Um fragmento metafísico na longitude incomensurável.
Todas as referências quânticas são partes daquele “da Silva” que mora SOMENTE
no coração do autor.
Na fortaleza cotidiana, os
bravos lutadores esguicham suor a troco de esmola pouca. E o filé cai na conta
do patrão. Força de interesses escusos e circunstâncias perversas. Trovas em
treva.
“Mais pesados que o ar” voam os
concordes apressados à procura do PÃO NOSSO DE CADA DIA. Ao mesmo tempo, sobre
o asfalto quente “desfilam” os operários do circo mágico de TODOS OS SANTOS. E
agora, José? A quantas anda a saúde na TERRA BRASILIS? Até quando você vai
ficar fazendo MÉDIA?
Dispensa comentários o retrato
brasileiro de descaso com os filhos do patrão. O cenário de hipocrisia e
discórdia assombra pelo número de ferramentas utilizáveis na cadeia social. A comunidade
precisa de mobilização popular para reivindicação dos direitos em face do
cumprimento legal dos deveres.
“Déspotas esclarecidos” regulam
a massa de manobra sujeita de maneira indiscriminada à manipulação de
consciência crítica. Enquanto houver distribuição de bolsas e cestas básicas,
certamente seremos um BRASIL DE TOLOS que subverte à lógica contumaz da
sobrevivência ao alimentar a administração do subsídio mais nutritivo: o VOTO.
*Texto escrito em 30 de março de 2013
*Texto escrito em 30 de março de 2013
terça-feira, 9 de abril de 2013
Outras mentes
Descortina o
futuro a ciência
Que a reboque
privou a capacidade de frutificar o amanhecer
Vela em sãs
congruências a sapiência
Crucial
projeção da realidade à custa do perceber
Redenção
frívola sob os auspícios da legitimidade
Juntos andam
a passividade e a inação
Lente de
aumento contínua ao trato da equidade
Silvos
revoltos lançam voz na imensidão
Incansáveis
lacunas destratadas pelo distanciamento reticular
Lucro
presumido na recorrência auricular
Fórmulas de
intromissão utilitária
Ricas preces
ao tecer do alvorecer
Recôndito
incansável da passividade diária
Pródiga
presunção do cinismo de querer
Catarse
infinda de ornamentos
Atrevimento
cônscio num tempo arcaico
Convivência
abrupta de lúcidos momentos
Aridez
convincente de um estado laico
Abismo contunde o fôlego
A obra não deixa de ser escolha como entrega
Hóspede do deslize trôpego
No íntimo, a alma congrega
Eleva o movimento ao estado etéreo e solene
Ainda que as estradas sejam de cunho perene
Interseção audaz de versos serenos
Livres de julgamentos plenos
Tórrida leveza em movimento
Palco isento de cenário em tormento
Solidez na
mediação introspectiva da sonoridade
Na
despretensiosa transgressão na flor da idade
Sem controle,
a matéria nunca será força motriz do conhecimento
Fixo torno no
trajeto do pensamento
O vento virá
a lançar palavras com fragmentos
Para
condensá-las numa trova narrativa
Suor e
cansaço correspondem a puros contentamentos
Cumprida à
risca a incontrolável dinâmica da livre iniciativa
Tempo prodígio
Mãos dadas e
horizonte ao fundo
Milhares de
vozes e tons em profusão
Nada nos
atinge e lá fora corre o mundo
Vida arredia
que não passa de ilusão
Promessa
sincrônica da quista eternidade
O tempo
tangencia a tônica da longevidade
Reticências
coloridas encantam este novo cenário
Invadido pela
lucidez intrépida do imaginário
Inúmeros
caminhos possíveis
Rédea
exponencial de cernes cognoscíveis
Escoa à
ciência a arte
Restante a
evidência da dor de parte a parte
Coroação inimputável
do desejo de bem
Pedinte de
transigentes e consoantes sentidos
Aos quais se
renovam os incontidos votos de amém
Sem os tais
poréns, hoje supridos
Nuances
diletas e coloridas
Ao lado de
ciências rígidas e crônicas
Redemoinho de
emoções não decididas
Previdente e
servil recrutamento de ações contínuas e anacrônicas
Legado
retrógrado do vil núcleo social
Em cujas
amarras há (pouca) louca moral
Contraste da
intensa busca pela essência em si
Franqueza em
questão que nunca jaz aqui
Chamado providencial
da eloqüência
Afã excludente
na chegada palpável do cotidiano
Fino trato imprevisível
a qualquer sequência
Aprazível dom
aprimorado num prévio plano
Rege o curso
o fôlego que dispensa outro sufoco
Engrosso o
caldo com sentimentos reais
Ressoada
inquestionável deste troco pouco
Privilégio
inenarrável lembrado por falsetes ideais
Felicidade
silenciosa aos olhos de Ossanha
Precisa tez
protegida dos que clamam manha
Afere a
pressão que foge e pulsa
Disponha a
disposição de repulsa
Conta súbita
da renovação à luz
Desmedido
silêncio compositor da alegria
Pleno coração
querelante seduz
Relicário
denso da incrédula alegria
Desordem,
elo, infinito
Vácuo inócuo
onde soava reluzente
Melodia num lócus
bonito
Aquilo que,
rechaçado, permanece ausente
A realidade é
porta fechada e tudo lá fora
Mesmo sem saber
quem ainda não foi embora
Sofrer,
abdicar e esquecer
Viver, amar e
reviver
domingo, 7 de abril de 2013
Antevisão Social
“Jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter.” (Cláudio Abramo)
Sete de
abril é a data representativa para homenagear a profissão de jornalista. Logo seis
dias após o dia da mentira? A obsessão do noticiarista beira as raias do
verossímil. E este precisa sempre lidar com a desconfiança. A dúvida é amiga
inseparável do discernimento, que anda de mãos dadas com a formação do pensamento
crítico.
Missão
irrevogável de peregrinos da informação. Amantes da notícia e inconfidentes
utópicos. Súdita voz do inconformismo. Prece atônita do dono de um dócil apuro
em evidências. O jornalismo estimula o olhar sensorial – percepção incomensurável
sobre os desígnios coletivos diários – e evoca sintonia crítica ante os
prodigiosos manifestos de poder de grandes conglomerados e instituições.
A
atividade jornalística é aquela quase dependência da voz de um guru que vai te
confessar experiências fabulosas acerca de um passado obscuro ou fascinante.
Ainda que isso não passe de um mero e obsoleto acaso. O tempo é o vilão e
arquivo seletivo de fatos ao longo de um ciclo.
O bom
newspaperman é aquele que ouve diversas partes e refuga de todas. Cismas de
editor parecem feridas que deixam de cicatrizar. Coletivos indissolúveis de
conhecimento angariado através da retribuição e compensação entrópica entre as
partes. Relíquia cínica do saber. Vício da linguagem introduzida à enunciação
do discurso em sistema operacional de mídia.
O
cotidiano é parte integrante de suas pautas e, por mais inesperadas, as
tragédias também se tornam corriqueiras.
Retratos de uma realidade, de uma época. Sejam notícias boas ou ruins,
mais do que fatos, se refinam repertório de um imaginário coletivo e formador
de opinião pública. O desempenho ganha continuísmo quando se torna responsável
pela perpetuação dos acontecimentos na história.
sábado, 6 de abril de 2013
Reflexo Interior
Hoje minha alma canta feliz. A cisma do âmago desencanou e desdenhou da farsa alheia sem pesar. Filhos da sorte contam com porto seguro à flor da pele. Voz atirada de corpo ao léu. Adjacente ao fel. E que o torpe e incandescente seio do aconselhamento ganhe firmes vezes na paz que acolhe a dor sem cessar.
Fino trato à minh’alma. Muito me orgulha essa aura que oscila nos ares refinados em destronados véus. É como ver os sonhos flutuando no prisma encantado da felicidade. Longe da convicção do porto seguro de ti. A saudade quer te ver. Sem perdão. Sem razão. Fingir não importa. Renega as verdades. A acuidade cordiana prima pela força desproporcional do sorriso atordoante.
A prova da alienação emocional surge da fragilidade incomensurável dos indivíduos de não identificar o que os une. Violação do próprio direito de amar? Melhor seria reparar no “dentro” a inquietante distância entre o querer e o poder. Vislumbrar mudança não garante significativas melhorias. Revela-se notável o resguardo do lúcido pensamento acerca do confronto indissolúvel da vontade com a restrição.
Vícios e virtudes. Frívolos e sépticos descontroles sobre o virtual do interior. É quando a magia do imaginário encandeia pretensões desmedidas, jazidas as chances recolhidas de ontem. Rechaça a pressa de sentir. E consola o imprevisível balanço no peito, o vacilo da homenagem na lembrança.
Fuligens e vertigens. Do intrépido ao insólito. Dispensa comentário o irrepreensível senso de toar em claves o tênue sopro em arte. Vide em coro a delícia de estar no meio de convivas estimados. Preciso acorde da sina aquiescente de norte. Queda-se dos mais ínfimos subterfúgios e busca refúgio na palma da muda do amor. Tráfico de solidariedade: disso que o mundo precisa. Sorteia tua prece ao pródigo conselho dos céus. Dos seus. Dos ateus. Mas deve-se estar propenso aos desígnios de Deus.
Dita o ritmo do coração. Fenda que guardou a flor só para lhe mostrar. Música e dom. Espera e som. Espelho e tom. Cerdas preservadas da torpe e vã idéia de esquecimento. Do mesmo que traz a saudade ao último grau, como o prólogo da obra sem forma. Apenas a prova de fogo. Que baliza o curso artificial do novato no tempo. Sem tormento. Advento. Flerte em voga. Chama crivada do sentido, livre de juízo e de apelo, válido em território nunca antes explorado. Fascínio o espelho.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Maravilha Repentina
Há vezes em que se sonha com brevidades tão antigas que parece que o tempo não contou e a realidade é apenas um intervalo entre duas formas eternas de representação. Como se todos os valores obtidos por meio das experiências de anos convergissem para a glória do ensejo de infinito.
O ser humano deveria pensar seriamente na predisposição alheia da delícia de acordar perto do sorriso mais brilhante. No lance de sempre se colocar na posição do "encantamento ludibriado". De viver longe de um voto de confiança ou aquele período para se considerar melhor o tributo à felicidade. Um tanto de utopia não faz mal a ninguém.
Vive-se numa fase em que respirar fundo nem pensar. Logo isso que é pré-requisito para conciliar um sentimento verdadeiro. É a válvula de escape inequívoca dos sentidos. Tamanha eloquência só pode ser substrato da projeção da sua própria essência em outrem.
Fico imaginando a não-graça que deve ser a vida dessa gente que não acredita, que não abre o coração pra ninguém. Essa geração deve ter raspado o peito no limo. Só pode. E ainda tiram sarro, ao pensar que se entregando a tudo e a todos serão 'donos do mundo'. O poder é uno. Na coesão, em ação.
Gosto de te ver sorrir e de te ver feliz por estar ao meu lado. Gosto de quando você mostra afeto e se multiplica em abraços. Adoro perceber teu zelo e preocupação. É incrível perceber teu amor através de simples beijos, sorrisos, gestos e olhares. A cada vez que você demonstra todo essa falta de orgulho, mais me asseguro do meu lugar no teu coração, na tua vida, ao teu lado.
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