segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Coluna:Economia(por Diogo Martins)

Na contramão do mundo

O Brasil é verdadeiramente um país singular. Enquanto a economia mundial ensaia uma desaceleração, a maior economia da América Latina segue super-aquecida. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no segundo trimestre de 2008, em comparação com o mesmo período do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 6,1 %. No semestre, o crescimento foi de 6% - mesma variação dos últimos 12 meses.
Como explicar tais resultados? Bem, como o PIB é o conjunto da produção de bens e serviços, levam-se em consideração os números dos três maiores setores econômicos: agropecuária, indústria e serviços, cujos crescimentos foram de 7,1%, 5,7%, e 5,5%, respectivamente. Nesta conta, entra, ainda, a arrecadação do governo com impostos, que ficou na casa dos 8,5%.
O bom desempenho dos três setores foi puxado pelo aumento dos consumos das famílias e do governo. O primeiro registrou alta de 6,7%, enquanto que o segundo cresceu 5,3%. Outro fator preponderante para o bom momento da economia nacional foi a taxa de investimentos (do governo e de empresas), que neste ano alcançou a inédita marca (para nós, brasileiros) de 18,7% do PIB. Ajudaram os brasileiros os aumentos da renda e da oferta de emprego. Ao governo coube a benesse do aumento nos tributos, o que gerou maior arrecadação. Como é ano eleitoral, o Estado gasta mais com obras e contratação.
Até aqui, tudo bem. Talvez não. Notem que o crescimento da economia no Brasil não acompanha o consumo das famílias. Portanto, existe um desequilíbrio. Conseqüência: falta de produtos, volta da inflação. Isto pode acontecer a longo prazo, por isso, o governo tem aumentado os juros para conter a demanda, evitando a inflação. O que pode ajudar nesta guerra são as importações, que estão sendo aproveitadas pelos brasileiros, com o dólar baixo. O momento ajuda empresas nas compras de máquinas, que podem otimizar seus serviços.
Como o Banco Central (BC) adotou o aumento da taxa Selic como principal antídoto contra a inflação, daqui para a frente, o governo Lula e sua equipe econômica têm alguns importantes desafios: aumentar a taxa de investimentos, conter seus gastos e o consumo das famílias, garantir farta oferta de créditos para empresas, e controle da inflação. Tudo isto sem deixar a economia desacelerar. Fato que já começa a acontecer com outros emergentes, como a China.
Até a próxima!!!

3 comentários:

Unknown disse...

Confesso que sou leigo em relação à economia. Me esforço para entender e gostar do tema, mas não dá certo... Que seja, belo artigo, Diogo!

Tárik de Souza disse...

Ahhh, só agora vi o comentário lá naquele blog que nunca uso, hahaha... Mas claro que aceito, é sempre bom escrever em mais lugares, para novos públicos.

tarikyang@gmail.com

Beijos!

Alexandre Bizerril disse...

Finalmente algo mais facil de entender com relação a economia. Tem que continuar assim: Selic-serve para isso, isso e isso... PIB - ...
É assim mesmo galera. Rumo a revista de economia e política!!!