terça-feira, 9 de abril de 2013

Outras mentes



Descortina o futuro a ciência

Que a reboque privou a capacidade de frutificar o amanhecer

Vela em sãs congruências a sapiência

Crucial projeção da realidade à custa do perceber

Redenção frívola sob os auspícios da legitimidade

Juntos andam a passividade e a inação

Lente de aumento contínua ao trato da equidade

Silvos revoltos lançam voz na imensidão

Incansáveis lacunas destratadas pelo distanciamento reticular

Lucro presumido na recorrência auricular

Fórmulas de intromissão utilitária

Ricas preces ao tecer do alvorecer

Recôndito incansável da passividade diária

Pródiga presunção do cinismo de querer

Catarse infinda de ornamentos

Atrevimento cônscio num tempo arcaico

Convivência abrupta de lúcidos momentos

Aridez convincente de um estado laico

Abismo contunde o fôlego

A obra não deixa de ser escolha como entrega

Hóspede do deslize trôpego

No íntimo, a alma congrega

Eleva o movimento ao estado etéreo e solene

Ainda que as estradas sejam de cunho perene

Interseção audaz de versos serenos

Livres de julgamentos plenos

Tórrida leveza em movimento

Palco isento de cenário em tormento

Solidez na mediação introspectiva da sonoridade

Na despretensiosa transgressão na flor da idade

Sem controle, a matéria nunca será força motriz do conhecimento

Fixo torno no trajeto do pensamento

O vento virá a lançar palavras com fragmentos

Para condensá-las numa trova narrativa

Suor e cansaço correspondem a puros contentamentos

Cumprida à risca a incontrolável dinâmica da livre iniciativa






Tempo prodígio


Mãos dadas e horizonte ao fundo

Milhares de vozes e tons em profusão

Nada nos atinge e lá fora corre o mundo

Vida arredia que não passa de ilusão

Promessa sincrônica da quista eternidade

O tempo tangencia a tônica da longevidade

Reticências coloridas encantam este novo cenário

Invadido pela lucidez intrépida do imaginário

Inúmeros caminhos possíveis

Rédea exponencial de cernes cognoscíveis

Escoa à ciência a arte

Restante a evidência da dor de parte a parte

Coroação inimputável do desejo de bem

Pedinte de transigentes e consoantes sentidos

Aos quais se renovam os incontidos votos de amém

Sem os tais poréns, hoje supridos

Nuances diletas e coloridas

Ao lado de ciências rígidas e crônicas

Redemoinho de emoções não decididas

Previdente e servil recrutamento de ações contínuas e anacrônicas

Legado retrógrado do vil núcleo social

Em cujas amarras há (pouca) louca moral

Contraste da intensa busca pela essência em si

Franqueza em questão que nunca jaz aqui

Chamado providencial da eloqüência

Afã excludente na chegada palpável do cotidiano

Fino trato imprevisível a qualquer sequência

Aprazível dom aprimorado num prévio plano

Rege o curso o fôlego que dispensa outro sufoco

Engrosso o caldo com sentimentos reais

Ressoada inquestionável deste troco pouco

Privilégio inenarrável lembrado por falsetes ideais

Felicidade silenciosa aos olhos de Ossanha

Precisa tez protegida dos que clamam manha

Afere a pressão que foge e pulsa

Disponha a disposição de repulsa

Conta súbita da renovação à luz

Desmedido silêncio compositor da alegria

Pleno coração querelante seduz

Relicário denso da incrédula alegria

Desordem, elo, infinito

Vácuo inócuo onde soava reluzente

Melodia num lócus bonito

Aquilo que, rechaçado, permanece ausente

A realidade é porta fechada e tudo lá fora

Mesmo sem saber quem ainda não foi embora

Sofrer, abdicar e esquecer

Viver, amar e reviver



domingo, 7 de abril de 2013

Antevisão Social


“Jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter.” (Cláudio Abramo)

 

Sete de abril é a data representativa para homenagear a profissão de jornalista. Logo seis dias após o dia da mentira? A obsessão do noticiarista beira as raias do verossímil. E este precisa sempre lidar com a desconfiança. A dúvida é amiga inseparável do discernimento, que anda de mãos dadas com a formação do pensamento crítico.

Missão irrevogável de peregrinos da informação. Amantes da notícia e inconfidentes utópicos. Súdita voz do inconformismo. Prece atônita do dono de um dócil apuro em evidências. O jornalismo estimula o olhar sensorial – percepção incomensurável sobre os desígnios coletivos diários – e evoca sintonia crítica ante os prodigiosos manifestos de poder de grandes conglomerados e instituições.

A atividade jornalística é aquela quase dependência da voz de um guru que vai te confessar experiências fabulosas acerca de um passado obscuro ou fascinante. Ainda que isso não passe de um mero e obsoleto acaso. O tempo é o vilão e arquivo seletivo de fatos ao longo de um ciclo.

O bom newspaperman é aquele que ouve diversas partes e refuga de todas. Cismas de editor parecem feridas que deixam de cicatrizar. Coletivos indissolúveis de conhecimento angariado através da retribuição e compensação entrópica entre as partes. Relíquia cínica do saber. Vício da linguagem introduzida à enunciação do discurso em sistema operacional de mídia.

O cotidiano é parte integrante de suas pautas e, por mais inesperadas, as tragédias também se tornam corriqueiras.  Retratos de uma realidade, de uma época. Sejam notícias boas ou ruins, mais do que fatos, se refinam repertório de um imaginário coletivo e formador de opinião pública. O desempenho ganha continuísmo quando se torna responsável pela perpetuação dos acontecimentos na história.

sábado, 6 de abril de 2013

Reflexo Interior

Hoje minha alma canta feliz. A cisma do âmago desencanou e desdenhou da farsa alheia sem pesar. Filhos da sorte contam com porto seguro à flor da pele. Voz atirada de corpo ao léu. Adjacente ao fel. E que o torpe e incandescente seio do aconselhamento ganhe firmes vezes na paz que acolhe a dor sem cessar. 


Fino trato à minh’alma. Muito me orgulha essa aura que oscila nos ares refinados em destronados véus. É como ver os sonhos flutuando no prisma encantado da felicidade. Longe da convicção do porto seguro de ti. A saudade quer te ver. Sem perdão. Sem razão. Fingir não importa. Renega as verdades. A acuidade cordiana prima pela força desproporcional do sorriso atordoante. 


A prova da alienação emocional surge da fragilidade incomensurável dos indivíduos de não identificar o que os une. Violação do próprio direito de amar? Melhor seria reparar no “dentro” a inquietante distância entre o querer e o poder. Vislumbrar mudança não garante significativas melhorias. Revela-se notável o resguardo do lúcido pensamento acerca do confronto indissolúvel da vontade com a restrição. 


Vícios e virtudes. Frívolos e sépticos descontroles sobre o virtual do interior. É quando a magia do imaginário encandeia pretensões desmedidas, jazidas as chances recolhidas de ontem. Rechaça a pressa de sentir. E consola o imprevisível balanço no peito, o vacilo da homenagem na lembrança. 


Fuligens e vertigens. Do intrépido ao insólito. Dispensa comentário o irrepreensível senso de toar em claves o tênue sopro em arte. Vide em coro a delícia de estar no meio de convivas estimados. Preciso acorde da sina aquiescente de norte. Queda-se dos mais ínfimos subterfúgios e busca refúgio na palma da muda do amor. Tráfico de solidariedade: disso que o mundo precisa. Sorteia tua prece ao pródigo conselho dos céus. Dos seus. Dos ateus. Mas deve-se estar propenso aos desígnios de Deus. 


Dita o ritmo do coração. Fenda que guardou a flor só para lhe mostrar. Música e dom. Espera e som. Espelho e tom. Cerdas preservadas da torpe e vã idéia de esquecimento. Do mesmo que traz a saudade ao último grau, como o prólogo da obra sem forma. Apenas a prova de fogo. Que baliza o curso artificial do novato no tempo. Sem tormento. Advento. Flerte em voga. Chama crivada do sentido, livre de juízo e de apelo, válido em território nunca antes explorado. Fascínio o espelho.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Maravilha Repentina

Há vezes em que se sonha com brevidades tão antigas que parece que o tempo não contou e a realidade é apenas um intervalo entre duas formas eternas de representação. Como se todos os valores obtidos por meio das experiências de anos convergissem para a glória do ensejo de infinito. 


O ser humano deveria pensar seriamente na predisposição alheia da delícia de acordar perto do sorriso mais brilhante. No lance de sempre se colocar na posição do "encantamento ludibriado". De viver longe de um voto de confiança ou aquele período para se considerar melhor o tributo à felicidade. Um tanto de utopia não faz mal a ninguém. 


Vive-se numa fase em que respirar fundo nem pensar. Logo isso que é pré-requisito para conciliar um sentimento verdadeiro. É a válvula de escape inequívoca dos sentidos. Tamanha eloquência só pode ser substrato da projeção da sua própria essência em outrem. 


Fico imaginando a não-graça que deve ser a vida dessa gente que não acredita, que não abre o coração pra ninguém. Essa geração deve ter raspado o peito no limo. Só pode. E ainda tiram sarro, ao pensar que se entregando a tudo e a todos serão 'donos do mundo'. O poder é uno. Na coesão, em ação. 


Gosto de te ver sorrir e de te ver feliz por estar ao meu lado. Gosto de quando você mostra afeto e se multiplica em abraços. Adoro perceber teu zelo e preocupação. É incrível perceber teu amor através de simples beijos, sorrisos, gestos e olhares. A cada vez que você demonstra todo essa falta de orgulho, mais me asseguro do meu lugar no teu coração, na tua vida, ao teu lado.