Enfadonho e promíscuo o ímpeto humano
A morte dos peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas
Aponta para o incesto da realidade
Face aos fatos recorrentes na Natureza
Numa escalada em que os impropérios da ação
Corroboram o exclusivo desvio do céu
A soberba se tornou o precipício do poder
Sem que fosse visto o abuso nas palavras
O deslocamento das placas tectônicas
Mostram que a dúvida é inimiga da notícia
Ainda que não lhes faltem meias onde colocar o que muitos não têm
Cerca de 8 centímetros separam o caos da dispersão
No descolamento dos átomos na intrépida ordem natural das coisas
A interdição do trânsito de forma radicada
Promove o conflito de interesses
Dos interlocutores dos lares
Que na pressa cotidiana perdem o tino
E destoam da própria felicidade interior
Aos temperamentos sobre os quais mal sabem desdizer
Coloca em xeque o desenvolvimento da civilização
E em choque o movimento (in)constante do pensamento
Tal qual a instabilidade das placas continentais
Se não enfrentar diariamente o atraso do tempo
A uniformização dos hábitos prensa a criatividade artística
Na intermitência dos mecanismos industriais de produção
Como se nunca houvesse um ponto de partida
E o ciclo fosse apenas o mergulho no processo
Escamoteados no sistema vigente, em surdina, egos em chama
A encruzilhada enaltece o simulacro de máscaras anacrônicas
Na estrada em que se perdem verdades escusas
De um dia que ainda não passou
Fatídica exposição a que há submissão
O detalhe percorre todos os meandros do real
Com julgamentos tácitos e irrepreensíveis
Resta a esperança de um tempo que não se faz presente
Onde o amor na lembrança guarda os bens queridos
Pauta o acalanto como forma nodal despretensiosa
Tira a dama para a dança que ela verte o riso
E deixa a gratidão morar em teu peito
Com a felicidade estampada no rosto
Atônito de vida extensa nos recônditos do amor
Que perduram os perenes recomeços
Cala a voz que sugere um convite
Saiba lá que destino sintetiza aquele desejo
Exponha o interior à choupana dourada
Aos dias enclausurados de alvorecer
O pedido preso na garganta
E o segredo da tomada do sentimento puro
Longe de suspeitas, aquém de julgamentos
E fora de cogitação no plano das idéias
Naqueles olhos puxados encontro a paz que nunca vi
E o ritual das mãos determina cem quilômetros em quatro segundos
Deu a volta ao mundo sem piscar os olhos
Nem precisava deixar provas indissociáveis
Posto que o factível compromisso de agora mova o pretexto do não
Apriori, inconteste, mergulhado na brevidade
Da imprevisibilidade de versos soltos
Infindo matiz dos sinuosos riscos do medo
De te querer eminentemente
Plumas e paetês contrastam com a multidão de fora
Sem perder de vista o imenso vazio desertor
Diletante e auricular proteção da fina angústia
Conspiração entusiástica de dois seres
A vida se levou em canções marcantes
Passadas a fio entre os dedos
Numa algazarra da calma que parecia interminável
Deitadas as cores no jardim
Como se fossem os braços da mulher estendidos
Em forma de uma emoção indissociável
Que narra, conjuga, engrandece, sem falsear
A vez do sim é o preço em espécie
Afora as queixas, os preceitos e descompassos
Desperdícios são o de não te tirar para sorrir
Em passos curtos e célebres
Ainda que céleres, eternizam a beleza de uma festa.
Viva os jovens que pensam
Há 8 anos
Um comentário:
Caro editor,voce inaugurou um novo formato de jornalismo: o poético...rs..Gostei mto do texto..bjs
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