Em uma tarde de sábado...
Em uma determinada tarde de sábado, eu e um amigo estávamos em minha casa escutando algumas músicas de que gostávamos e, ao passarmos para os DVDs musicais, começamos a ver e ouvir um cara de que gostamos muito – Ray Charles – e surgiu uma conversa com relação a preconceito racial, mesmo sem percebermos que o conteúdo da conversa era sobre isso.
Esse amigo estava a me contar um fato engraçado que aconteceu com ele quando foi a um baile funk, mas não desses de que ouvimos tanto falar, tocando “proibidão” e com mulheres grávidas a toda hora e a divisão de espaço – o famoso "Lado A, Lado B". Era um local mais comportado, diria até mais elitizado. Enfim, o fato curioso aconteceu na fila para entrar nesse local. Ele estava com mais alguns amigos e amigas, mas era o primeiro depois de um grupo de pessoas que começaram a olhar para ele com certa estranheza e diria, até aversão. Mas o que mais chamou-lhe a atenção foi uma frase que um “senhorzinho” que estava no grupo disse para uma “madame” que estava com ele. Foi algo, “tipo assim”: “- Brincadeira, eu que sou freqüentador assíduo desses bailes e agora tenho que aturar qualquer um entrar, hunf!! Esse baile já foi mais bem freqüentado”. Com certeza ele ficou muito chocado com isso, afinal era a primeira vez que passava por uma situação de discriminação, mesmo que indiretamente, mas não retrucou. Ele estava em menor número e, nos dias de hoje, não vale muito a pena tomar satisfação por coisa tão pouca e acabar com um buraco no corpo ou dentro de um buraco.
Pensamos e conversamos horas a fio sobre isso e por fim percebemos que qualquer um pode ser preconceituoso, independente de idade e de tom da pele. Ah! Desculpe a minha falta de atenção, caro leitor. Eu esqueci de descrever o meu amigo e o local para onde ele foi. Ele é branco, olhos verdes, cabelos encaracolados – pelo menos à época do fato e tinha lá pelos seus 20 e poucos anos e estava com uma amiga negra e um loira e outro amigo pardo. Estava entrando em um baile de charme e o cara que estava na fila era um rapaz de uns 30 e poucos anos, negro, com uma camisa com os seguintes dizeres “100% negro”, usando black power e estava com um grupo de pessoas com o mesmo tom de pele. Ficamos um pouco decepcionados pelo fato de que se trata de uma pessoa que faz parte de um grupo amplo e que foi duramente discriminado e tratado como “ralé”. Lutaram por igualdade e não por dominação e isso é o que não deve ser esquecido.
Em uma determinada tarde de sábado, eu e um amigo estávamos em minha casa escutando algumas músicas de que gostávamos e, ao passarmos para os DVDs musicais, começamos a ver e ouvir um cara de que gostamos muito – Ray Charles – e surgiu uma conversa com relação a preconceito racial, mesmo sem percebermos que o conteúdo da conversa era sobre isso.
Esse amigo estava a me contar um fato engraçado que aconteceu com ele quando foi a um baile funk, mas não desses de que ouvimos tanto falar, tocando “proibidão” e com mulheres grávidas a toda hora e a divisão de espaço – o famoso "Lado A, Lado B". Era um local mais comportado, diria até mais elitizado. Enfim, o fato curioso aconteceu na fila para entrar nesse local. Ele estava com mais alguns amigos e amigas, mas era o primeiro depois de um grupo de pessoas que começaram a olhar para ele com certa estranheza e diria, até aversão. Mas o que mais chamou-lhe a atenção foi uma frase que um “senhorzinho” que estava no grupo disse para uma “madame” que estava com ele. Foi algo, “tipo assim”: “- Brincadeira, eu que sou freqüentador assíduo desses bailes e agora tenho que aturar qualquer um entrar, hunf!! Esse baile já foi mais bem freqüentado”. Com certeza ele ficou muito chocado com isso, afinal era a primeira vez que passava por uma situação de discriminação, mesmo que indiretamente, mas não retrucou. Ele estava em menor número e, nos dias de hoje, não vale muito a pena tomar satisfação por coisa tão pouca e acabar com um buraco no corpo ou dentro de um buraco.
Pensamos e conversamos horas a fio sobre isso e por fim percebemos que qualquer um pode ser preconceituoso, independente de idade e de tom da pele. Ah! Desculpe a minha falta de atenção, caro leitor. Eu esqueci de descrever o meu amigo e o local para onde ele foi. Ele é branco, olhos verdes, cabelos encaracolados – pelo menos à época do fato e tinha lá pelos seus 20 e poucos anos e estava com uma amiga negra e um loira e outro amigo pardo. Estava entrando em um baile de charme e o cara que estava na fila era um rapaz de uns 30 e poucos anos, negro, com uma camisa com os seguintes dizeres “100% negro”, usando black power e estava com um grupo de pessoas com o mesmo tom de pele. Ficamos um pouco decepcionados pelo fato de que se trata de uma pessoa que faz parte de um grupo amplo e que foi duramente discriminado e tratado como “ralé”. Lutaram por igualdade e não por dominação e isso é o que não deve ser esquecido.
Um comentário:
Fala, meu irmãozinho!
A crônica mostra uma linguagem acessível em uma clara demonstração da atmosfera de preconceito social, que atinge diversas tribos em todas as camadas sociais.
E, de quebra, ainda ressalva o desmanche do paradigma de preconceito racial, cujas marcas parecem atingir a todo tempo a nossa cultura afro.
Belo texto! Um abraço!
Postar um comentário