sábado, 20 de dezembro de 2008

Cinema (por Alexandre Bizerril)

"Família é família. Sangue é sangue." Até que ponto?


“Bom dia, boa tarde e boa noite!!” Meus amigos, desculpem a demora em postar um novo texto, mas vida de estudante universitário é dura em todos os sentidos. Bem, não estou aqui para escrever sobre minha vida, apesar de achar que a vida de muitos dos que conheço daria um bom roteiro, mas no momento estou a falar sobre filmes. O dessa coluna me remete às tragédias gregas. Trata-se de O Sonho de Cassandra (Cassandra’s Dream, 2007, EUA/Inglaterra/França), dirigido por Woody Allen e com atuações de Collin Farrell, Ewan Mcregor e Tom Wilkinson.
O filme conta a história de Ian (Ewan) e Terry (Collin), dois irmãos que passam por problemas financeiros e pedem ajuda ao tio, porém este pede em troca um grande favor “que só poderia ser pedido a alguém da família”, afinal “Família é família. Sangue é sangue”, nas palavras do próprio “Tio Howard” (Tom Wilkinson). Engraçado pensar até onde podem ser mascaradas as verdadeiras intenções das pessoas. Saber distinguir o que realmente as movem do que elas querem mostrar para as pessoas a sua volta. A história se assemelha ao que poderia ser uma profecia de Cassandra – bela personagem da mitologia grega que foi abençoada com o dom da profecia e, posteriormente, amaldiçoada pelo deus Apolo, por não aceitar seu assédio. Ou mostrar um pacto com o diabo em troca de bens materiais (Fausto). Até onde você pode ir pela “família”? Aliás, é somente pela família que as pessoas podem se sujeitar a quebrar algumas das regras primordiais de convívio em sociedade? É evidente que as diferenças (caráter, ética, limite) dos personagens principais existem, mas, apesar disso, são mantidos pontos de convergência que fazem com que os espectadores percebam que eles são irmãos.
Allen tem tentado mostrar o lado obscuro da natureza humana, a verdadeira vontade que move o ser humano e, em algumas ocasiões, ele foi feliz como em Match Point – muito em virtude dos bons atores que escalou –, porém, em Sonho de Cassandra, o elenco, apesar de alguns bons nomes, deixa um pouco a desejar, principalmente a partir do pacto feito entre o tio e os sobrinhos. Nesse momento o filme mostra mais o lado cômico do diretor, incluindo as caras e bocas de Collin Farrell na passagem de momentos alegres para tristes. Tirando isso, o que fica mesmo é a oportunidade de ver Woody Allen dirigindo um filme de gênero diferente do que o consagrou.

Um comentário:

Tatiane disse...

Ja estava sentindo falta das colunas de cinema....
Vc e Diogo vao acabar me convencendo a ver os filmes do Woody Allen...kkkkkkk....Agora so falta o Ensaio sobre a Cegueira....Quero mto ouvir ,ops,ler,a sua opiniao...bj