terça-feira, 30 de março de 2010

Sobre a Desconstrução

Todas as perspectivas possíveis...

Pára, olha, vê e repara

São linhas de pensamento q te guiam para uma forma de agir condicionada a novas circunstâncias

Caminhos circulantes, experiências mutantes que vão orientar as ações de forma intuitiva

Sem que haja qualquer forma de escape a não ser o conflito

Com o novo, com os testes naturais para que se possa lidar com estes desafios

A desconstrução é a reta de chegada de um novo começo

Como se despisse a escuridão do passado

Em novos contornos iluminados de esperança

Com a cadência do descompasso

E a riqueza do necessário

Formas incessantes reabilitam novas tendências

Ainda que ocorram erros nesta trajetória

Súbitos lampejos da solidão no meio de mim

Por mais que não se façam as vezes da multidão no exterior

A vida reproduz o atrito de exposições

Máscaras desperdiçadas no encanto da superfície

Assombram a realidade de hipóteses contestáveis

Formulam a expressividade de um gesto espontâneo

Que recorre ao pranto no canto da felicidade

Tuas vestes já não me cabem aos olhos

De tão acostumado em me ver nos teus sorrisos

Simplórias similitudes de alma

Na irrisória forma inconcebível da ausência de nós

Mesmo que a culpa se caiba distante

Na prova de que a escolha é um produto da emoção

Sentida no limiar do momento

Sobe o som que é a música nos meus sonhos

Ou seria eu no sonho compondo o amor?

Ainda que na desconstrução eu roa de dor

Apenas na cristalina voz da fragmentação posso lidar com você

Sem sair de mim

Em curtas chances

Aquém de julgamentos indevassáveis

Longe de provações eloquentes

Privado da liberdade do recanto preferido

Posto ao alcance do mais cruel requinte de tentação

A maçã, o coração e o firmamento.

Três oportunidades

Desejo, amor e tentação.

Vias escusas entregues ao acaso

Propósitos separados

Por uma linha tênue que de tão fina

Só é possível enxergar com a perspectiva da vontade

Acima de todas as verdades ditas precisas

Pois se preciso for pularei para me buscar

Fora do limite de ti

Numa escolha sem volta

Tirado de arrependimentos

O que resta?

Apenas breves palavras cansadas...

De mais um olhar encontrado

Naqueles velhos guardados

Da esquecida lembrança

Que a vida me mostra agora

Na fita. No ponto. Na hora.

terça-feira, 23 de março de 2010

Emenda Ibsen Pinheiro: Chorando o petróleo derramado

Contra a covardia” é o slogan. Frase forte, feita especialmente para aglutinar a coletividade em torno da causa e contra os “covardes”.

Fernando Gil Portela Vieira, mestre em História pela UFF


Dezessete de março de 2010. Foi o dia escolhido pelo Governador Sérgio Cabral (PMDB – RJ) para que manifestantes realizassem uma passeata “Contra a Covardia, Em Defesa do Rio”, pela Avenida Rio Branco, rumo à Cinelândia, no Centro da cidade, protestando contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 300, dos Deputados Federais Ibsen Pinheiro (PSDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG).

A verdade é que a PEC do Pré-Sal, como também ficou conhecida, sobre a mudança na distribuição dos royalties provenientes da exploração do petróleo fluminense, colocou o Rio de Janeiro no centro da discussão nacional. Mais do que uma questão simplesmente federativa, o ato público contribuiu para observar o comportamento do poder público diante de um cenário prévio de ano eleitoral.

Cumpre ressaltar que, à margem da atuação do Estado na promoção de ciência cívica à parcela presente, a sociedade brasileira, sobretudo a fluminense, interveio ao que deveria ser exclusivamente um brado de cidadania, compondo uma verdadeira miscelânea cultural. Da Bateria da Portela ao funk do Petróleo: tudo passava pelo espírito carioca de festejos e arruaças, em detrimento do que deveria ser a incontestável luta pelos direitos assinalados na Constituição Federal e nos mecanismos legais maciçamente discorridos pelos veículos de comunicação de massa.


BREVE HISTÓRICO

Cabral chora ao falar sobre emenda que altera a distribuição dos royalties do petróleo

“Um linchamento contra o Rio”. Foi assim que o governador Sérgio Cabral definiu a aprovação de uma emenda ao projeto de lei que altera a distribuição dos royalties do petróleo, pelo Plenário da Câmara. O texto aprovado prejudica municípios do Rio. Cabral disse que chorou ao final de uma palestra para estudantes da PUC ao ser perguntado sobre o assunto. A emenda ainda precisa passar por votação no Senado e pela aprovação do presidente Lula.

O novo modelo de partilha dos recursos foi aprovado na Câmara dos Deputados no último dia 10 de março. O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, informou, por meio de nota oficial, que a redução dos royalties pela exploração do petróleo vai deixar o estado do Rio de Janeiro sem condições de fazer as obras necessárias para os Jogos Olímpicos.


Rio faz passeata contra cortes de royalties do petróleo

A campanha do Rio contra a emenda do pré-sal, que muda a divisão dos royalties do petróleo e provoca sérias perdas de receita para o Estado, ganhou a adesão de uma legião de famosos. Artistas, políticos e celebridades de vários setores. Todos participaram do ato público marcado, pelas ruas do Centro da cidade. Entre os que estiveram presentes: Fernanda Abreu, Alcione e Tony Garrido. A concentração ocorreu às 16h, na Candelária, de onde os manifestantes saíram em passeata rumo à Cinelândia pela Avenida Rio Branco.



Lula deixa para o Congresso polêmica sobre os royalties do pré-sal

“O Congresso que resolva o problema.” Foi o que afirmou o presidente Lula, em viagem à Jordânia, sobre a polêmica em torno da Emenda Constitucional que muda a distribuição dos royalties do pré-sal. Lula ressaltou que o governo já cumpriu sua parte, ao apresentar o projeto original. O presidente admitiu, no entanto, que se o texto final for muito diferente do apresentado originalmente pelo governo, ele poderá entrar na discussão. Mas negou que tenha prometido fazer vetos. A proposta de veto, na verdade, havia sido defendida pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT – SP).


Cet-Rio monta esquema especial de trânsito por causa da passeata contra a emenda do pré-sal

A Cet-Rio montou um esquema especial para a passeata em Defesa do Rio, contra a emenda do pré-sal. A concentração dos manifestantes estava prevista para começar às 16h, na Candelária. Mas a partir das 14h tinha sido interditada a pista lateral da Avenida Presidente Vargas no trecho entre a Avenida Passos e a Rio Branco, no sentido Centro. Às 15h teve início a interdição de todo o eixo e transversais da Avenida Rio Branco, entre a Visconde de Inhaúma e a Presidente Wilson. Também a partir das 15h foram interditados o entorno da Candelária e a alça de acesso da Perimetral para a Presidente Vargas.


Barcas do Rio faz transporte de graça de participantes para a passeata Em Defesa do Rio

A Concessionária Barcas S/A realizou uma travessia exclusiva e grátis de Niterói para o Rio, às 15h, da última quarta-feira para transportar representantes de entidades niteroienses envolvidas na manifestação contra a emenda do pré-sal e Em Defesa do Rio. Segundo a concessionária, os bilhetes para o retorno foram entregues pela tripulação durante a viagem de ida. A embarcação utilizada tem capacidade para 2.000 passageiros.



Metrô promete mais trens circulando à tarde para levar passageiros à manifestação Em Defesa do Rio

O Metrô do Rio prometeu aumentar a frota de trens, entre as 15h e as 22h, para atender à demanda de passageiros que forem à manifestação contra a emenda do pré-sal e Em Defesa do Rio. As melhores saídas para se chegar à Candelária, local de concentração do ato público, eram as estações Uruguaiana e Carioca. Justamente as alternativas das menos viáveis em horários comerciais e em períodos de grande circulação. O retorno, na estação Cinelândia, tinha sido feito através dos acessos Pedro Lessa, Odeon e Santa Luzia. As duas saídas próximas ao Teatro Municipal estiveram fechadas por estarem localizadas em local ocupado pelo evento.



Segurança Pública: Quase 5 mil policiais fazem a segurança da manifestação contra a emenda do pré-sal, no Rio

A manifestação contra a emenda do pré-sal, na tarde da última quarta-feira, no Centro do Rio, mobilizou a vigilância de quase 4.800 policiais militares. O esquema especial de policiamento na área do evento foi acionado às 15h. Foi percebida a participação de 170 viaturas, 35 motocicletas, seis ambulâncias e 30 duplas a cavalo, além de cães adestrados. A Polícia Militar recomendou a quem participasse do ato público não levar crianças. Os manifestantes também devem usar roupas leves e evitar levar para o protesto objetos que possam chamar a atenção de criminosos.

As autoridades disponibilizaram um aparato foram do comum, atribuindo à cidade a infra-estrutura necessária para munir os cidadãos de todas as alternativas possíveis no que se relacionasse a transportes, segurança e viabilidade. Pergunta que não quer calar: por que toda a máquina do Estado “funciona” em face de requerimentos extraordinários, diante de um cenário de necessidade estadual imediata? Como manifesta incontestável a prestação de serviços eficiente quando se pensa numa proposta de interesse público? Seria o medo da derrocada, à medida que o dinheiro da arrecadação petrolífera percebia-se ameaçado?


Caso Ibsen Pinheiro: Desdobramentos políticos

“O Apocalipse do nada”. Foi como o Deputado Federal Miro Teixeira (PDT-RJ) definiu a PEC 300, dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG), que altera aos estados produtores de petróleo a compensação recebida pela exploração de “terras profundas”.


Líder do governo garante a Cabral que a emenda dos royalties não passa no Senado

O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse ter obtido a garantia do líder do governo federal no Senado, Romero Jucá (PMDB – RR), de que a emenda do Pré-sal não será aprovada na Casa. Segundo Cabral, o senador reconheceu que a emenda é absurda porque avança sobre receitas de campos de exploração já licitados. Se vier a ser aprovada em definitivo no Congresso, a emenda, que redistribui os royalties do petróleo, poderá causar perdas anuais de R$ 7 bilhões ao estado do Rio. Enquanto isso, aumentavam as adesões ao ato público que o governo estadual organizou em repúdio à chamada Emenda Ibsen.


Governo adia início do programa Bolsa Copa por causa da emenda Ibsen

O Ministério da Justiça adiou de julho para agosto o início do programa Bolsa Copa. O programa aumenta a remuneração dos policiais envolvidos na segurança da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Segundo o governo do Estado, sem os royalties do petróleo, os projetos param. O Rio poderá perder R$ 7 bilhões por ano se o Congresso aprovar em definitivo a Emenda Constitucional que muda a distribuição dos recursos oriundos da exploração de petróleo. Nesta quarta-feira, a população atendeu à convocação do governador do Rio, Sérgio Cabral, e compareceu em peso à manifestação, no centro da cidade, contra a emenda dos royalties.


Oposição promete obstruir votações do Pré-sal no Senado

A Oposição no Senado prometeu obstruir as votações dos quatro projetos relativos ao Pré-sal, em resposta à decisão do governo de restabelecer a urgência constitucional para essas matérias. Com essa urgência, os projetos trancam a pauta, se não forem votados em 45 dias. Segundo o líder do governo, Romero Jucá (PMDB – RR), não há como abrir mão do prazo.


Caso Íbsen: A imprensa e o papel de mediador da opinião pública

A função do jornalista, enquanto mediador social, é transmitir a consciência crítica aos cidadãos através da lucidez dos fatos. O exercício profissional é carregado de responsabilidade corporativa, à concepção dos preceitos legais. A mídia, enquanto produtora industrial, se encarrega de reproduzir as versões em sua cadeia intransponível de negócios.

Para o mestre em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) Fernando Gil Portela Vieira, não se pode cobrar dos órgãos da imprensa uma isenção absoluta em termos político-partidários e eleitorais pois, neste caso, constituiria uma liberdade de expressão “adjetivada”. “A imparcialidade fica por conta da independência do julgamento de quem recebe a informação, livre para confirmar ou alterar seu voto.” – afirmou o especialista.

O Código de Ética é uma das referências estabelecidas para a atividade ideológica no campo jornalístico. À guisa do (não) cumprimento das leis predispostas na Constituição Federal vigente, a manifestação do modo de agir prudente é o comprometimento individual na manifestação do caráter em prol dos princípios éticos em sua função de conciliar a verdade e a interpretação cognitiva da opinião pública.

O bacharel em Ciências Sociais pela UFF, Mário Victor Perdigão Vasconcellos, afirmou que a garantia da imparcialidade, ou coisa que o valha, pertence às instituições democráticas e republicanas. “Os tribunais eleitorais são imparciais? Independe da conjuntura política?” – questionou Mário Vasconcellos.

Cabe ao jornalista, portanto, ser o empreendedor da factualidade nos meandros da linguagem, com o intuito prioritário de garantir a isenção da matéria factual, ao sabor da manipulação extenuante das fontes possíveis.


Estado de Direitos iguais

“Ô! Pacato Cidadão! Eu te chamei a atenção! Não foi à toa, não!” (Skank).


O cientista social Mário Victor Vasconcellos afirmou que a mobilização em torno da manifestação ocorrida semana passada teve o mérito de levar a discussão para todos os cantos do Estado. “A discussão deixou de estar no meio dos “iluminados”. Agora, em todos os círculos, discute-se a questão.” – disse ele. Para o especialista, o Estado manipula a “consciência crítica da massa” só até certo ponto.

“Penso que o que deva mudar é a relação entre situação e oposição no Brasil. Os dois lados ainda têm uma posição infantil e imatura. Falta seriedade, de ambas as partes, para uma discussão efetivamente democrática e republicana.” concluiu Mario Victor.



“E agora, José?” (Carlos Drummond de Andrade)

Líder do governo garante a Cabral que a emenda dos royalties não passa no Senado


O governador do Rio, Sérgio Cabral, disse ter obtido a garantia do líder do governo federal no Senado, Romero Jucá (PMDB – RR), de que a emenda do Pré-sal não será aprovada na Casa. Segundo Cabral, o senador reconheceu que a emenda é absurda porque avança sobre receitas de campos de exploração já licitados. Se vier a ser aprovada em definitivo no Congresso, a emenda, que redistribui os royalties do petróleo, poderá causar perdas anuais de R$ 7 bilhões ao estado do Rio. Enquanto isso, aumentavam as adesões ao ato público que o governo estadual organizou em repúdio à chamada Emenda Ibsen.

O presidente do Supremo Tribunal Federal disse que a emenda sobre a divisão dos royalties do petróleo pode ser considerada inconstitucional. Segundo o ministro Gilmar Mendes, a chamada Emenda Ibsen foi consolidada num critério de distribuição do Fundo de Participação dos Estados, que era uma lei complementar dos anos 90.

Segundo o professor Fernando Vieira, tanto os parlamentares defensores da Emenda Ibsen como as autoridades do Estado do Rio de Janeiro e seus Municípios esperam obter dividendos eleitorais com o debate sobre a legitimidade da divisão dos recursos da exploração petrolífera. Para os primeiros, o bônus alegado será o de representar os interesses da população do seu Estado, apelando para a “justiça” da partilha dos recursos. Para os políticos fluminenses, a alegação será a de que a perda dos recursos derivados dos “royalties” impedirá a realização de obras e melhorias no Estado. A oposição fluminense ao atual Governo do Estado – se não quiser se congratular com seus adversários políticos – pode explorar o fato de que, em vários Municípios do Estado do Rio, os recursos da exploração petrolífera não engendraram tantas melhorias como tem sido alegado.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Onde os fracos não têm vez (Do público ao privado)

Enfadonho e promíscuo o ímpeto humano

A morte dos peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas

Aponta para o incesto da realidade

Face aos fatos recorrentes na Natureza

Numa escalada em que os impropérios da ação

Corroboram o exclusivo desvio do céu

A soberba se tornou o precipício do poder

Sem que fosse visto o abuso nas palavras

O deslocamento das placas tectônicas

Mostram que a dúvida é inimiga da notícia

Ainda que não lhes faltem meias onde colocar o que muitos não têm

Cerca de 8 centímetros separam o caos da dispersão

No descolamento dos átomos na intrépida ordem natural das coisas

A interdição do trânsito de forma radicada

Promove o conflito de interesses

Dos interlocutores dos lares

Que na pressa cotidiana perdem o tino

E destoam da própria felicidade interior

Aos temperamentos sobre os quais mal sabem desdizer

Coloca em xeque o desenvolvimento da civilização

E em choque o movimento (in)constante do pensamento

Tal qual a instabilidade das placas continentais

Se não enfrentar diariamente o atraso do tempo

A uniformização dos hábitos prensa a criatividade artística

Na intermitência dos mecanismos industriais de produção

Como se nunca houvesse um ponto de partida

E o ciclo fosse apenas o mergulho no processo

Escamoteados no sistema vigente, em surdina, egos em chama

A encruzilhada enaltece o simulacro de máscaras anacrônicas

Na estrada em que se perdem verdades escusas

De um dia que ainda não passou

Fatídica exposição a que há submissão

O detalhe percorre todos os meandros do real

Com julgamentos tácitos e irrepreensíveis

Resta a esperança de um tempo que não se faz presente

Onde o amor na lembrança guarda os bens queridos

Pauta o acalanto como forma nodal despretensiosa

Tira a dama para a dança que ela verte o riso

E deixa a gratidão morar em teu peito

Com a felicidade estampada no rosto

Atônito de vida extensa nos recônditos do amor

Que perduram os perenes recomeços

Cala a voz que sugere um convite

Saiba lá que destino sintetiza aquele desejo

Exponha o interior à choupana dourada

Aos dias enclausurados de alvorecer

O pedido preso na garganta

E o segredo da tomada do sentimento puro

Longe de suspeitas, aquém de julgamentos

E fora de cogitação no plano das idéias

Naqueles olhos puxados encontro a paz que nunca vi

E o ritual das mãos determina cem quilômetros em quatro segundos

Deu a volta ao mundo sem piscar os olhos

Nem precisava deixar provas indissociáveis

Posto que o factível compromisso de agora mova o pretexto do não

Apriori, inconteste, mergulhado na brevidade

Da imprevisibilidade de versos soltos

Infindo matiz dos sinuosos riscos do medo

De te querer eminentemente

Plumas e paetês contrastam com a multidão de fora

Sem perder de vista o imenso vazio desertor

Diletante e auricular proteção da fina angústia

Conspiração entusiástica de dois seres

A vida se levou em canções marcantes

Passadas a fio entre os dedos

Numa algazarra da calma que parecia interminável

Deitadas as cores no jardim

Como se fossem os braços da mulher estendidos

Em forma de uma emoção indissociável

Que narra, conjuga, engrandece, sem falsear

A vez do sim é o preço em espécie

Afora as queixas, os preceitos e descompassos

Desperdícios são o de não te tirar para sorrir

Em passos curtos e célebres

Ainda que céleres, eternizam a beleza de uma festa.