Mais uma vez, a mídia brasileira criou um rebuliço na sociedade, dando maior gravidade a um assunto que não deveria ter tanta importância nem espaço nos veículos de comunicação. A bola da vez foi a queda na obrigatoriedade do diploma de jornalismo para exercer a profissão, expedida pelo Superior Tribunal Federal (STF).
Agora, a pergunta que muitos fazem: o que muda daqui pra frente? Bem, nada. Na verdade, por mais importante que seja o STF, essa decisão é irrelevante. Isto porque o que valerá em diante é a postura dos veículos de comunicação. Suas políticas de contratação e trabalho.
Assim como no Brasil, nos Estados Unidos, não é obrigatório possuir graduação para exercer a prática jornalística. No entanto, o The New York Times contrata apenas os que possuem o diploma.
Mas o que de fato deve ser analisado é a migração de profissionais de diferentes áreas de estudo para o jornalismo. Para o jornalista e escritor Nilson Lage, como publicou no livro “Reportagem: a teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística”, a mudança acarreta numa perda social. Na publicação, Lage cita como exemplo um físico quântico. Dada a significância à profissão, se o físico desiste de fazer novas descobertas, de aprofundar-se em sua matéria, para produzir textos jornalísticos, a física perderia e a sociedade também.
Os argumentos de Lage podem ser verdadeiros e pertinentes. Mas deve-se dar tempo ao tempo para que questões como essas sejam mais bem analisadas. Afinal, o que não faltam são exemplos de profissionais que desistiram de carreiras para seguirem no jornalismo, desempenhando a função de maneira exemplar. E, ao final de tudo, o mercado não acolherá profissionais desqualificados.
Viva os jovens que pensam
Há 8 anos
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