Talvez fosse mais prudente não haver escolhas. Em uma dimensão perfeita nas vias de fato do comumente belo, em cujas formas sempre existirá o fundamento para o necessário. A liberdade promove constatações dolorosas, na brevidade intermitente do silêncio. Os princípios se elegem justa causa para a dor, que é a superlativa crueldade do mundo moderno.
Quem sabe tenhamos esquecido a pureza das crianças? Aquela sinceridade embutida no frio da barriga que não mente a vontade (que não dá e passa). Ou seria o hábito do cachimbo modelando a forma tosca e inerte de vida em sociedade? Queria os ecos do sorriso fiel, da conversa segredada, sem os apelos do tapa nas costas nem o desandar do soco no estômago.
Puxaram o freio sem o cinto de segurança. Sinto muito. Tiraram o doce da boca das crianças, sem que ao menos fosse dada a chance do proveito, da experiência. E das primeiras fotos, da bola, da bicicleta, já não guardam lembranças. A memória resguarda o primeiro confronto, nas rédeas da competitividade, ora na insegura companhia dos tidos colegas.
O orgulho vendido às submissões invioláveis monitora as chamas do descontrole. O caos é o lugar comum. E nem consultaram o Dr, Nietzsche, posto que, em suas premissas, caberia o nascimento de uma estrela que não se satisfaria ao som da chancela. Tropas de elite inquietantes, tumulto formado nas esquinas do subúrbio carioca, cujo retrato desmerece os contrastes étnicos que compõem o charme e a beleza da cultura matriz.
Filhos da pátria! Que liberdade de expressão é essa? Como podemos encarar os desvios de conduta de maneira tão distante? O vício está a um palmo do nariz e viramos o rosto por conta da vergonha. O medo resvala na linha tênue entre a revolta e estapafúrdia convicção do preconceito. Embebido de consciência crítica e tabus que ficam embutidos nos egos, nos lares, na imparcialidade.
As fileiras dos espaços públicos se preenchem de status e o filme é revelado de forma sistemática nas praças e nos becos do Centro culturalmente enriquecido pela falência da Administração que se queixa diante das disparidades no topo da hierarquia. O preço da verdade está no inequívoco da prestação de voz à razão do conflito. Às vésperas de mais uma campanha eleitoral, a ordem do discurso se encarrega de apropriar as responsabilidades de quem, de fato, não se pode esperar muita coisa.
Por que perdemos a confiança? O publicismo expõe as trêmulas desconfianças do conturbado e desenfreado cenário social. As vielas e as ruas não comportam os preceitos pré-estabelecidos na corrupção política, na falta de critério e no desleixo com a transparência dos gastos públicos, à margem da manipulação maçante da carga tributária nas esferas estadual e federal.
Preferimos não ver? Ou é melhor se calar? Segundo o ditado, quem cala consente. Os compromissos das autoridades são plenamente colocados em prática. Será? O governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou recentemente mais R$ 100 milhões em investimentos no setor de Segurança Pública do Estado. Uma guerra civil é “anunciada” através do despretensioso tombo de um avião de Defesa da Polícia Militar no Morro dos Macacos, em Vila Isabel.
O quarto poder se prepondera nas versões desmedidas da factualidade e se esquece de mostrar o processo. A inversão dos valores se convola na indisposição dos organismos alheios. Os “sacos” já não mais suportam os tristes fins, que infelizmente aparecem desprovidos da ficção tão despropositada de Policarpo Quaresma.
Ainda no universo da ficção, diria uma canção do “O Rappa”: “Corra que o tumulto está formado!”. O digníssimo Secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, tem a cara-de-pau de proferir que o “Rio não é violento”. Quiçá, tenha dito por conta de não ter sua privacidade alvejada por balas “achadas” na cortina das propinas e das desavenças entre policiais e narcotraficantes. O crime não compensa e qualquer erro é preponderante.
Daqui a poucos anos, a Cidade Maravilhosa vai receber eventos de grande relevância para a imagem do país no cenário internacional. A Copa do Mundo, de 2014, terá a cidade com um dos palcos para sede, além dos Jogos Olímpicos de 2016, como superfície de turismo e hotelaria de grande referência para a clientela européia.
Segundo dados do Orçamento do Estado, divulgado pelo site “RioComoVamos”, serão liberados R$ 25,9 bilhões para as Olimpíadas no Rio. À guisa de curiosidade, seriam prioritárias tantas casas decimais em investimentos na organização de um evento esportivo. O que você faria como esse capital inicial?
Os arremedos das linhas de transmissão deixam de agourar ao pleito da população que cisma em respirar o esgoto da “alta sociedade”. Faíscas, estrondos, falhas, ausência de compensação, formas escusas em desvios de verbas. A síndrome das cicatrizes consome a esperança ao passo que o apagão acompanha a cegueira ao lado.
É o acinte deliberado no despautério da burocracia inútil. Maltratada metamorfose. Fulgura o florão da América em berço conhecido como esplêndido.
Cumpre questionar: Será que os filhos verdadeiramente não fogem à luta? Somos alvos móveis da incapacidade de gerir nossas próprias existências. O litígio é a anormalidade encarregada de padrão aos desfechos mínimos dos trizes. E a mácula é inevitável, ainda mais na intolerância aos desditosos, como a mancha de café na peça de cetim.
Viva os jovens que pensam
Há 8 anos
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