sexta-feira, 20 de março de 2009

A olhos vista

Uma obra de arte não se compreende em meros lances de sorte. A vida recria o milagre da existência na eventualidade sorrateira do destino. Quem espera nem sempre alcança, se no meio do caminho perde a razão em questionar um argumento corrompido.
O óbvio é a cautela na passagem do tempo pela presença da tal da paixão inesperada à beira da estrada. À margem de qualquer sombra de dúvidas. Distante do conhecimento, de causa, de verdade, de si mesmo. A lucidez brinca com as nossas sensações ao receber os estímulos de prazer na ousadia da controvérsia.
O contraponto é esperado na medida do exagero da anteposição dos contrastes, no desvio de atenção pelo sopro do vento ou, ainda, a sombra da chuva esquecida do silêncio maculado.
A felicidade é o estado de espírito, contencioso em sua alegria desesperada de tanto se guardar, para a pessoa e momento certos. O dia brilha em alto e bom som, na melodia daquela simples canção do outono passado. E o segredo nunca deve ser contado. De que vale a mais preciosa amizade se o detalhe se perde em meio ao absurdo da precisa escuridão?
Engana-se aquele que aguça em sua vivência a ininterrupta paz do coração... O sonho é a elevação da alma a uma espécie de estágio superior. O resultado é o produto das circunstâncias no cruzamento do amor com a vontade agraciada de saber, à altura da possibilidade de vitória e desenvolvimento da forma plena de manifestação do outro, espelho revolto da incólume delícia que se demonstra na evolução do espírito no alcance do interior, destituído de presunções, precauções, apenas a intensa face da serena amplitude do verbo poder.

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