quinta-feira, 19 de março de 2009

Coluna:Cinema .por Alexandre Bizerril

Eu não sou pixote
“Bom dia, boa tarde e boa noite!” Hoje vou comentar sobre um filme que passou no domingo, dia 15/03/2009 – mais precisamente na TV Brasil. “QUEM MATOU PIXOTE?” de José Joffily (DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA) de 1996, com Cassiano Carneiro (Fernando Ramos da Silva / PIXOTE), Tuca Andrada, Joana Fomm, Roberto Bomtempo, Maria Luisa Mendonça, Luciana Rigueira, Paulo Betti, Antonio Abujamra.
O filme conta a história de Fernando Ramos da Silva, um rapaz que quando criança, foi descoberto na rua por uma produtora e interpreta o personagem titulo do filme “Pixote – A lei do mais fraco” de Hector Babenco e depois da fama meteórica como ator mirim, não consegue mais emprego. Para ele, a única saída é entrar no mundo do crime, ou seja, se tornar novamente o “Pixote”, apesar de relutar contra o estigma da personagem que nunca foi esquecida quando as pessoas o vêem.
A falta de emprego para os jovens que não possuem experiência é apenas um dos pontos a serem analisados no filme. Um momento bem interessante do filme é quando o Fernando é preso pela primeira vez e as pessoas e os jornais relembram a participação dele no filme e simplesmente o detetive o expõem as câmeras no pior momento dele, como se fosse um animal que foi capturado. Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência, pois o filme é baseado em fatos reais. A visão nada romântica da vida de crimes, que apesar de ter dinheiro fácil o marginal paga um preço por isso e que na maioria das vezes não é tão barato – a liberdade ou a morte.
O filme tenta ser lúcido e trazer questionamentos para quem o assiste com um olhar um pouco mais critico em relação à sociedade. A idéia é provocar, e não trazer respostas fabricadas por uma industria do prazer onde é “lindo” ser bandido e falsificador, como no filme que foi passado pela TV Globo na terça-feira passada. Um filme que para se desculpar com quem o assistiu, diz ser “inspirado” em fatos reais. Ou seja, uma boa desculpa para não passar os piores momentos de um criminoso que não esteve “tão bem” o tempo todo, como é passado no filme inteiro.

Um comentário:

Tatiane disse...

Esse blog anda muito "denuncista",Bizerril..rs..Daqui a pouco inauguraremos passeatas digitais...kkkkk..Brincadeira...rs..Nosso papel é esse mesmo e o mundo que nos cerca anda cada vez mais controverso...A coluna esta otima..Acho que podiamos explorar essa questao do cinema enquanto marcador da realidade,principalmente a brasileira, o que acha?Talvez um cineclube brasil,hein?rs..beijos