sábado, 30 de maio de 2020

Tournée

Há horários
Prestos itinerários
Conduzem graça.

Mar de Histórias

Ondas vêm e vão
Em corrente marinha
Oceanos tão.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Brado Varonil

Varra, mundo vil
Do seu eu o amargor
Brasil sobra dor.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Finta Social Club

Dribles marotos
Provocam baita show:
Quase meio gol.

SOS Solidão

Saudades caçoam
Da cândida lembrança
Quanta herança!

terça-feira, 26 de maio de 2020

Cidades de Deus

Luto blinda
Pobres, corpo banido
Povo sofrido.

Passe Livre

Às vezes vale
Mais voz amiga a mil
Vias de fato

domingo, 24 de maio de 2020

Ante Vírus

Brandos sintomas
Mascaram sinais virais
Insana curva.

Malandra Mente

Sinapses ditam
Em telas limpos sinais:
Sinopses reais.

Antiofídica

Doce veneno
Priva a ocasião
De qualquer senão.

Suprema Corte

Menos valiam
Vãs justificativas
Em más mãos com larvas.

Praça Belmonte

Crias da Delfim
Pipas gris em solar céu
Recorte de mim.

Malta Crúcis

Lusitano traz
Do atletismo braço
De união traço.

Carta Náutica

Mapas desenham
Recortes insulanos
Da costa relevos.

Mercado Negro

Carne barata
Ali enfileirada
Póstumos sinais.

Torrentes de Outono

Chuvas ariscas
Precipitam canções
Em frios sótãos.

Xilindrós

Preso alcança
Mínima segurança
Num radar Brasil.

sábado, 23 de maio de 2020

Helenas de Trinta e Três

Tamanho sentido nunca dantes transcrito em sabores virtuais. Pudera: Helena é o amor disparado em nossas vidas. Aquele gatilho interminável de doses cavalares de endorfina e adrenalina. A tal combustão de hormônios no corpo da mãe perfaz a alma como força motriz de sensações soberanas para o resto dessas existências.

Sábias resoluções da natureza humana na absoluto destino criado na disponibilidade reprodutiva entre pares outrora idênticos, cujos bem comum cintila desejos invioláveis de ser redentor com a cria em espécie. Sentir a pulsação original do helênico coração no bojo do ventre é ir ao encontro da felicidade profunda na exatidão dos algos rítmicos de outras jornadas espirituais.

Evoluir, na matricial predisposição de recriar, é ainda desembaraçar-se diante da acuidade visual de tomar conta de um novo e indefeso ser. Na mais basal e instintiva das possibilidades. Sem a nítida noção de performances vivenciáveis ou cognitivas, na imprevisível escola dos significados. O tempo presente far-se-á razão cósmica para registros históricos da passagem de Helena pela Terra. A arte agora assinada determinará as perspectivas aceitáveis de visão universal e fonte substancial de conhecimento.

Poesias terão em dias acordados a vez dileta nos olhos da amiga de Sofia, com a curatela de mentores de aguçado consciente. Antes posta ao crivo da sobrevivência biológica, passa a dimensionar benevolências às vistas nuas a partir do legado espiritualistas dos próprios ancestrais. Cordiais amparos de entes escolhidos a dedo proporão caminhos sensíveis para o desenvolvimento pessoal da filha de Deus no colo de Marias, "de certa magia, da tal força a nos alertar" das intempestivas contravenções do planeta.


Versículos de Helena

Almas diletas
Sonham em acalanto
Todo encanto.

Achados e Perdidos

Falham memórias
Danos patrimoniais
Sorvem capitais.

Abaixo Assinado

Assinaturas
Expõem tantas fraturas
A sina cura.

De Cor

Canto só cego
Brilha livre em luar
Força jugular.

Baixo Brasil

Ratos do porão:
Todo Planalto Central
Chafurda moral. 

Algo Rítmico

Rés sustenidos
Harmonizam com bemóis
Em escalas sós.

Crônicas Suburbanas

Há anos-luz balões
Beijos nus no asfalto
Das sãs estações. 

Forte Salvador

Súbito forte
Intima proteger
Fortuita sorte.

Cegueira Noturna

Faróis acesos
Lumiar findo túnel.
Vãos feito luau.

Estado de Sítio

Máscaras domam
Sorrisos cansados em
Corpos alados.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Oásis Solidão

Longínquas ilhas
São terra arrasada
Em vãos decibéis.

Tiro ao Alvo

Meio a cheio
Foco na mira
A(r)mado tiroteio.

Som Livre

Cânticos altos
Parágrafos escritos
Nos sobressaltos.

Selo Infinito

Outono sinto
Em todo o sentido
Viver o infinito.

Verso Rosa

Rosa bem tida
Assim toda formosa
Prova a vida.

terça-feira, 19 de maio de 2020

Calcanhar de Aquiles

Qualquer ar puro
Jamais afasta de si
Porto seguro.

Mudança de Hábito

"I've got you under my skin
I've got you deep in the heart of me
So deep in my heart, that you're really a part of me
I've got you under my skin

I tried so not to give in
I've said to myself this affair it will never go so well
But why should I try to resist, when baby I know damn well
That I've got you under my skin

I'd sacrifice anything come what might
For the sake of having you near
In spite of a warning voice that comes in the night
And repeats repeats in my ear (...)" [I've got you under my skin - Frank Sinatra]

Pandemia cura
Vidas na linha dura. 
Profilaxia.

Passaportes

Um vírus pede
Carona na passagem
Vidas miragem.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Consagração

Conto apreço
Em afeto sabido
Dum réu confesso

Vera Cidade

Se der e vier
Conta reviravoltas
A quem bem se quer

Mais Filia

Sirene viva
Fonte da esperança
Louca motiva.

Maio em Mim

Finda flor na foz
Semanas encantadas
Trinta e seis nós

domingo, 17 de maio de 2020

Helenas de Maria

Trinta e cinco semanas do mais visceral e incontido amor. Sinônimo das ressignificações da existência feminina na Terra, posta a inegociável missão de Deus a duas comuns almas na criação de um bendito fruto do querer. Como narrar essa fascinante jornada de pais desgovernados na descoberta das estimulantes lições da reprodução humana? Quem poderia supor a esta altura do campeonato a dádiva de gerar Helenas de Maria, múltiplas forças de mulher num único ventre, como universal experiência?

É como buscar as respostas inequívocas para a origem físico-quântica dos planetas, o ordenamento dos quarks na lógica elementar das matérias, ou ainda, desconstruir aquela máxima da mecânica microscópica chamada constante de Planck. Nada antes na linha do tempo de Sabrina e Filipe pode ser referencial da amplidão do amanhã. Corações ao alto, reféns das próprias retinas nas contrarrazões do sentir.

Guardados os efeitos de escala internacional da pandemia, pode-se expressar da benção de herdar um inédito nascituro sorte lançada nas divinas graças deste mundo de expiações e provas. Esperar a tomada da filha nos braços é algo incomensurável depois de tantos instantes de ansiedade, questionamentos e interrogações. Como libriano, romântico e além, "marinheiro" de primeira embarcação, sem rumo ao continente, o autor desta carta aberta confessa o êxtase de reconhecer na desinibida orientação da bússola o norte do impreciso navegar.

Salvos os tratados marítimos preponderantes aos caminhos da história civilizatória, cabe desarrazoar os instintos talvez animalescos, à luz das sobrenaturais amarras da maternagem, além do protecionismo paternal, de insubstituiveis paladinos do cotidiano. A sombra da íris passa a mover através das pegadas da cria os contornos quase inegociáveis da segunda chance. Errar de novo, evoluir como pessoa, crescer com o privilégio de ciceronear a quista menina dos olhos do pai.