Trinta e cinco semanas do mais visceral e incontido amor. Sinônimo das ressignificações da existência feminina na Terra, posta a inegociável missão de Deus a duas comuns almas na criação de um bendito fruto do querer. Como narrar essa fascinante jornada de pais desgovernados na descoberta das estimulantes lições da reprodução humana? Quem poderia supor a esta altura do campeonato a dádiva de gerar Helenas de Maria, múltiplas forças de mulher num único ventre, como universal experiência?
É como buscar as respostas inequívocas para a origem físico-quântica dos planetas, o ordenamento dos quarks na lógica elementar das matérias, ou ainda, desconstruir aquela máxima da mecânica microscópica chamada constante de Planck. Nada antes na linha do tempo de Sabrina e Filipe pode ser referencial da amplidão do amanhã. Corações ao alto, reféns das próprias retinas nas contrarrazões do sentir.
Guardados os efeitos de escala internacional da pandemia, pode-se expressar da benção de herdar um inédito nascituro sorte lançada nas divinas graças deste mundo de expiações e provas. Esperar a tomada da filha nos braços é algo incomensurável depois de tantos instantes de ansiedade, questionamentos e interrogações. Como libriano, romântico e além, "marinheiro" de primeira embarcação, sem rumo ao continente, o autor desta carta aberta confessa o êxtase de reconhecer na desinibida orientação da bússola o norte do impreciso navegar.
Salvos os tratados marítimos preponderantes aos caminhos da história civilizatória, cabe desarrazoar os instintos talvez animalescos, à luz das sobrenaturais amarras da maternagem, além do protecionismo paternal, de insubstituiveis paladinos do cotidiano. A sombra da íris passa a mover através das pegadas da cria os contornos quase inegociáveis da segunda chance. Errar de novo, evoluir como pessoa, crescer com o privilégio de ciceronear a quista menina dos olhos do pai.