O mundo é uma caixa de surpresas, tão complexa quanto original. Um novo dia comporta os malgrados e encantos, todos combustíveis para a reprogramação do porvir. Vida cativa, entre dores e rumores, doutrina dissabores ao correr indissolúvel do tempo, tamanha a resenha decorrente do curso intangível da matéria, enquanto partícula transformadora do universo.
Desde o vazio recôndito ao eco dos silêncios cotidianos, há aprendizados. Folhas mórbidas, ao despencar da árvore, altiva e soberana, mostram a lacuna lúdica – e cabal – das perdas e imbricações no real. Um tropeço cômico numa mera caminhada de casa ao trabalho pode ser visto como um acidente ou como o prelúdio de um dia péssimo na sequência. Nada é regido sob encomenda. É essencial olhar para fora, concomitantemente com o “vide interior”, a saber da inequívoca salubridade quanto ao modus vivendi em sociedade. O que será da vida sem a menção aos riscos e possíveis medos?
Sob as perspectivas da insanidade coletiva, vale ressaltar que a loucura da massa representa a moção ilógica dos valores cognoscíveis frente ao descontrole irrestrito dos ditosos chefes da malha provinciana, cuja cidadela padece ao bojo dos impropérios e calamidades suntuosas. Compete à transgressão incorruptível dos mais belos campos e corredores do bem a infinita angústia pelo frescor ou ardor dos próximos horizontes. Quantas histórias serão necessárias para dirimir todos os anseios centrais à toda prova na presente realidade?
Cabe precisar a litúrgica corrida dos homens à procura da felicidade. Mal sabem os próprios da morada trivial do amor. De divertir-se carece. Entretanto especial mesmo é florescer mediante a flexão poética de cada raiar. Compor versos mágicos a perder de vista. Sem atinar nem procrastinar. Sem abreviar emoções. Como prever o amanhã sem os notórios prantos? Como conceber o futuro sem os sonhos tantos?
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