quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Tótens do Amor

Amar é desaguar
No âmago de outrem
É somente nada precisar
Numa compilação de todo bem.

Amar é recair a fundo
Por perder o chão.
E reconhecer o mundo
Com uma nova visão.

Amar é perder
Sem desesperar.
Para que possamos nos entender

E contigo sempre dever contar.

Pingos de Som

Quando ouvi esta chuva
Com os mais afáveis sentidos meus
Imaginar outra coisa não quis
Vê-la tão graciosa quanto impulsiva
Corrente com as bênçãos de Deus
Sonsas gotas prósperas como o sublime frame de um chafariz.

Breves Rosas

Tragam-me novas horas
Bem esperançosas em quotas singelas
Devaneios sentinelas
Latejantes trovas sem eiras

Ponham-me na rota celeste
Mais belas que as doces bossas
Líricas obras como as declarações de amor nossas
Acolham-me com pétalas em número setembro

Ora, se as rosas não falam
De melhor os perfumes exalam
Em profusão na incontinência dos sentidos
Sabendo dos inúmeros exílios nelas contidos

Cortejam-me de delícias ao redor do jardim
Porque a vida me queira calejado assim
Em vésperas de improváveis tristezas
Na prontidão de tantas inoportunas certezas.



*FILIPE DA SILVA BARBOSA...04/09/2013