Desvelam de tu' almas flores jocosas
Como se propusessem um jardim de delícias
Em cujos recônditos houvessem malícias
Ah, se fosse o desfecho da saudade!
Bendito caos da intertextualidade
Que permite ao poeta visar novos rumos
Ao desditar da vida em tortos prumos
Contrariada a voz da razão
Indiferente ao desejo do coração
Trepidações de fundo nervoso
Compilam as sensações num poço adjacente
Vistas prediletas de um intento crescente
De sobrepujar o apelo rígido do percurso amoroso
Dantes nunca menos vivenciado
Numa atmosfera primordial afetiva
Cônscia proposta de caminho conciso ensimesmado
Sem-quereres da possível consequência nociva
Repercussão quista de amor despedaçado
Pretensa rota de um vil de cor amordaçado
Euforia dela seria?
Ininterrupta tenacidade da sorte em alegria
Doce pertence 'd'ocê'
Que vai ao íntimo sem perceber
A companhia inenarrável da solidão
Batendo à porta cordiana em vão
Sôfrega chance de se ater
Controlado vacilo de desentender
Jazz de mim por cima do véu
Jasmim do sol ao céu
Que, pela tangente, fugidia mente
Persegue, sã, piamente
As vestes compridas da moça na tirolesa
Perfumada com sabida certeza
Da destilada preferência vindoura
Abscesso de relutância duradoura
Faça desta exatidão
Terminações da ânsia na sempre estação
Dos "quero-bis" na intermitência do ensejo
E da mais-valia da intensidade do desejo
Se desloca o pensamento no ar
Da imprecisa e evocada decisão de amar
Pressa despida de insinuantes acordes
Recuperados no discurso fascinante tal qual de lordes
Conta insaciável do percurso afetivo
Vez expiatória do contato lascivo
Despistando bobagens
Já declamadas continuístas vantagens
Turbilhão de evidências cabais
Nos âmagos de circunstâncias mais
Imersas nos bastidores da saudade
Prescrição súbita da vontade
Que deu o ar graça sem cabimento...
Embora não se garanta saber, de fato, em qual momento
Pudesse a esmo ser descoberta
A torrente de paixão que aniquilando acoberta.
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