sexta-feira, 27 de junho de 2008

Comunicação e a Ordem sobre o Discurso

O processo de comunicação, enquanto pertinente às intrinsecidades do ser humano, preconiza o uso do código lingüístico para difusão das mensagens cujos interesses são estabelecidos pelos viéses particulares ou institucionais.
Cada sistema de significações, singular pela própria eventualidade simbiótica que se caracteriza entre as experiências vividas, motivado pelo "enfrentamento" disposto na dicotomia entre intelecto-coisa, proporciona uma nova perspectiva quanto à apreensão das unidades de significação.
O intersubjetivismo manifestou uma nova conduta no que tange às percepções das "verdades" prescindíveis de legitimidade, uma vez que a reincidência do conhecimento de algum evento significativo, demandado de sua carga semântica, seria repertorizado por determinado cerne de valores informativos pré-estabelecidos, ajustados à disposição cognitiva de cada receptor e da capacidade interpretativa imposta por cada canal.
Sob o juízo da demanda entrópica, é importante ressaltar que os paradigmas, em si mesmas estruturas de pensamento, promovem o controle e a organização do nosso discurso, onde a preexistência da realidade frente a linguagem torna esta última mero instrumento de representação do real. A partir do consentimento de que o homem e as idéias conjecturam entidades semióticas, ou seja, signos, podemos afirmar que estes estão em um ciclo contínuo de reprodução sígnica.
Acreditando que toda palavra tenha um sentido, o intersubjetivismo não reconhece outro lugar para construção significativa senão a própria Comunicação. Explica-se pelo fato de que não se discrimina mais pensamento (cognoscente), linguagem, verdade, razão, como entidades que possuam uma existência em si própria. Ao contrário, passa a considerá-los como experiências ou partes que se relacionam e, portanto, a legitimação não se dá a priori, mas no confronto. A linguagem, neste caso, funde-se com a consciência e com o conceito de sujeito, sendo analisada como uma inesgotável rede de significações incapaz de conceber ordinariamente o real.
Assim, em se tratando da produção cultural para as indústrias de massa, cabe dizer que os signos são elementos do processo interminável de desvelo dos conhecimentos, sendo possível admitir que, para a análise de qualquer perspectiva, deve-se apresentar o discernimento de que os eventos significativos se encontram com outros "fenômenos" em estado permanente de interferência.

já que alguem tinha que começar......

Em termodinâmica o fenômeno decorrente do choque entre dois universos de densidades distintas, postos em contato através de um canal chama-se entropia.É essa a denominação da energia liberada quando as moléculas dos dois conteúdos, em estado de equilíbrio, são
forçadas a dividir o mesmo espaço,causando dispersão e instabilidade.No universo cotidiano,à revelia do curso normal dos acontecimentos de um indivíduo e longe de qualquer expectativa de descontinuidade em sua existência,pode ocorrer subitamente o inesperado encontro deste com um novo universo de significações.De início incomodado,concentrando toda sua força em manter seu repertório de idéias no mais perfeito equilíbrio,o ser confrontado com uma nova forma de pensar pode,por obra de sua própria vontade e de acordo com o tempo exato de seu preparo ou despreparo para o novo,escolher aceitar esse conjunto de significados estranhos a ele, mas que de alguma forma mudarão o conteúdo de seu pensamento e,por conseqüência, sua própria existência enquanto sujeito.Para além das metodologias científicas,sucede uma vez em um milhão,sermos deparados em algum momento de nossas vidas com um novo conjunto de significações completamente estranho para nós,sob a pele de uma outra pessoa.De início assustados com o completo desconhecimento ante esse novo,ao nos permitirmos abrir um canal com o outro permitiremos que ele nos traga um novo repertório de significações absolutamente desconfortável porque leva à instabilidade da vida como a conhecemos.Uma vez aberto o canal,jamais conseguiremos alcançar o estado anterior ,pois aquele outro passará a fazer parte de nosso conjunto de significados,ou seja,a fazer parte da nossa vida.Se transcendermos à ciência,talvez encontremos fenômenos semelhantes na estrutura mais desestabilizadora da vivência humana:o amor.Amar alguém é conhecer um novo conjunto de significados completamente desequilibrante, mas depois de certo tempo, inegavelmente essencial.E uma vez despendida a energia, jamais o indivíduo retornará a seu estado anterior.Em outras palavras,entropia significa “eu te amo”.
Comunicar é tornar comum ,produzir significados a partir de elementos apreendidos num universo de possibilidades e compartilha-los numa linguagem acessível a todos.Esse blog é uma proposta de compartilhamento de idéias individuais ,misturadas a opiniões,sons,gestos,fragmentos de mundo absorvidos por cada um de nós e temperadas com o aprendizado teórico de um longo período que passaremos juntos na faculdade e transformadas num pensar mais abrangente porque construído por todos.Não cabem aqui julgamentos a fim de estabelecer verdades absolutas,uma vez que já as sabemos uma utopia.Em vez disso,textos,debates,citações,frases, músicas, filmes ou qualquer outra forma de expressão de pensamento ,desde que comum a todos.Afinal ,não é mesmo para isso que estamos aqui?

beijos


PS:Assim como o espaço é publico,a conservação e organização também.Nada é definitivo.Nomes e aparência podem ser modificados a qualquer momento,desde que de forma democrática,ou seja,pelo voto da maioria.
Ps 2:Vamos deixar as correções ortográficas para as aulas da Ariadne,ok?rsrs